Cidades

Caesb resolve problema de esgoto no Córrego Vicente Pires e no Lago Paranoá

postado em 08/01/2010 08:20
Caesb fez uma canalização na Colônia Agrícola Iapi, do Guará II. Mas técnicos alertam para novos problemasDoze dias após o rompimento de um cano da rede de esgoto na Colônia Agrícola Iapi, no Guará II, os transtornos causados à população e os danos ao meio ambiente começam a ser minimizados. Ontem à tarde, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) finalmente substituiu a canalização comprometida por outra nova e os mais de seis mil litros de esgoto que estavam sendo despejados por hora pararam de escorrer pelo Córrego Vicente Pires e poluir o Lago Paranoá. Mesmo assim, há muita coisa a se fazer nos próximos dias, como retirar toda a sujeira encontrada às margens do córrego e eliminar o fedor quase que insuportável para os moradores.

Os problemas começaram a surgir em cascata no último dia 27, quando estourou um cano que passava embaixo de uma casa na Chácara 18. Os detritos tomaram conta da rua e os moradores cobraram providências. A Caesb então desviou o esgoto pela mata e diretamente para o córrego. ;Tínhamos que buscar uma solução. Se não tivéssemos desviado para o córrego esse esgoto poderia invadir residências e causar problemas ainda mais graves. Sem dúvida teve dano ao meio ambiente, mas o que procuramos foi minimizar os impactos;, explicou o superintendente de Meio Ambiente da Caesb, Maurício Luduvice.

Uma casa teve de ser interditada pela Defesa Civil. Ela foi construída há 10 anos em cima da rede de esgoto e, por sorte, não desmoronou. Desde então, a moradora Simone Toscano, 40 anos, dorme em um hotel na cidade aguardando liberação do órgão para retornar. ;Acredito que até sábado (amanhã) estarei de volta, mas acho que o estouro desse cano é só a ponta do iceberg;, disse. Durante todo o dia de ontem, técnicos da Caesb estiveram no local para acompanhar os trabalhos de substituição da canalização danificada. Cerca de 100 metros de tubulação foram inutilizados e a nova canalização de 600 milímetros de diâmetro foi construída distante das residências.

[SAIBAMAIS]Perigo iminente

Segundo o superintendente de Manutenção de Redes da Caesb, Edgar Camargo, a região onde o problema ocorreu oferece risco de novos canos estourarem. A Colônia Agrícola Iapi é resultado da invasão fundiária nos últimos anos, o que dificulta o processo de manutenção das tubulações da área. Edgar acredita que pelo menos 20 residências comprometam a rede de esgoto. ;Estamos fazendo um levantamento para identificar esses pontos;, garantiu.

O presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Gustavo Souto Maior, adianta que não será possível reparar os danos causados pela contaminação da água. Tanto o Córrego Vicente Pires como o Lago Paranoá só ficarão totalmente limpos com o passar do tempo, naturalmente. ;No momento, não tem como ser feito nada para minimizar a situação. Vamos tentar manter a qualidade da água, mas espero que acidentes desse tipo não voltem a ocorrer;, disse Souto Maior. O Ibram multou a Caesb em R$ 180 mil pela poluição e a Delegacia do Meio Ambiente (Dema) instaurou inquérito para investigar a responsabilidade do órgão, bem como a existência de crime ambiental. Essa constatação, porém, só será possível a partir do laudo dos peritos que fica pronto em 20 dias.

Eu acho...
;A gente ficou muito assustada com o que aconteceu. Estava de férias em Maceió e quando voltei levei um susto com tanta sujeira. No mês de setembro, já tinha estourado outro cano e acho que a Caesb já estava prevendo que isso aconteceria. Acidentes acontecem, mas espero que nunca mais ocorra uma coisa assim.;
Geisa Carneiro, 70 anos, aposentada, moradora da Colônia Agrícola Iapi

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação