postado em 13/01/2010 20:00
Acorrentado ao portão de entrada da Distribuidora da Petrobrás, Denisson Lima fazia o apelo. "Ando de 170km a 200km por dia. Com a gasolina do preço que está me complica, me sinto acorrentado, sem poder fazer nada", contou o vendedor. Ele foi o símbolo da manifestação do Movimento contra a Cartelização dos Postos de Combustíveis no DF, na tarde desta quarta-feira (13/1), no Setor de Indústrias Gráficas (SIA).O protesto foi motivado pelo aumento no preço dos combustíveis que entrou em vigor desde as 14h de hoje. A distribuição está sendo feita com R$ 0,13 a mais por litro de álcool e um aumento de R$ 0,04 no caso da gasolina. Com isso, o preço médio do etanol no DF passa de R$ 2,10 para R$ 2,23 e o da gasolina, de R$ 2,74 para R$ 2,78. Os reajustes são de 6,19% e de 1,46% respectivamente.
Com relação ao álcool, esta já é a segunda alta em menos de 15 dias, pois no dia 30 de dezembro de 2009, os postos repassaram um aumento de R$ 0,11, totalizando um aumento de 12,1% depois do reajuste desta tarde. "Esses aumentos acabam pesando em outros serviços, como no transporte escolar das nossas crianças. De que adianta o presidente Lula falar todo empolgado dos benefícios do Pré-Sal se continuamos pagando tão caro pela gasolina?", desabafou Charles Guerreiro, coordenador do Movimento contra a Cartelização dos Postos de Combustíveis no DF.
Os manifestantes pretendem ir além da pressão feita hoje. O movimento quer acompanhar a volta aos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) para que aceitem a denúncia do Ministério Público sobre a inconstituicionalidade da lei distrital que impede que supermercados tenham seus próprios postos de combustíveis. Com relação a essa lei, Charles Guerreiro diz já ter procurado o Governo do DF e a Agência Nacional do petróleo (ANP), mas não teve resposta.
"Em estados como Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde hipermercados fazem concorrências aos postos comuns, a gasolina chega a ser até 10% mais barata. Esperamos que essa queda possa ocorrer aqui em Brasília também, mas nem a ANP e nem o GDF fazem nada com relação ao domínio dos carteis", desabafou Charles.
Por enquanto, o movimento pede aos cidadãos para procurarem postos que não participem dos carteis, como os que fazem fronteira com Goiás. "Já que nosso governo está totalmente desinteressado economicamente com relação ao assunto, melhor que os consumidores façam sua parte e tentem fazer a concorrência acontecer por eles mesmos", contou o Servidor Público Willkens Brasil.