Cobiçada por cooperativas habitacionais e sonho de moradia para milhares de brasilienses, a expansão do Guará II vai, enfim, sair do papel. O bairro terá seis novas quadras, que vão abrigar 1,8 mil famílias. Os terrenos serão licitados, mas apenas servidores públicos vinculados ao GDF ou pessoas ligadas a cooperativas habitacionais poderão participar do projeto habitacional. A licitação para os funcionários da administração direta e indireta está marcada para o próximo dia 28. Ao todo, a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) vai oferecer 1,4 mil lotes aos servidores ativos ou inativos. O restante dos imóveis será vendido a associados a cooperativas habitacionais. Não há prazo para a seleção dessas entidades.
A estimativa do GDF é que existam pelo menos 20 mil servidores da administração direta ou indireta com condições de concorrer aos lotes. Para participar da licitação, (1) os funcionários públicos deverão comprovar que não têm e nunca tiveram imóvel residencial no Distrito Federal. O preço mínimo estimado para os terrenos é de R$ 100 mil, mas o grande atrativo do negócio são as condições de venda. Os lotes podem ser parcelados em até 240 meses, com juros de 6% ao ano ; percentual muito abaixo dos cobrados no mercado. Os terrenos oferecidos pela Terracap possuem, em média, 150 metros quadrados, mas algumas áreas nas pontas das quadras têm até 400 metros quadrados. Somente casas poderão ser erguidas nos locais. Os lotes de esquina custam um pouco mais, no mínimo R$ 160 mil.
Os servidores públicos interessados em entrar na disputa por um lote não precisam estar inscritos na lista da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do GDF (Codhab), que atualmente soma 300 mil nomes. ;As condições são facilitadas para que os funcionários que nunca conseguiram comprar um imóvel no mercado de Brasília tenham condições de realizar o sonho da casa própria;, afirma o presidente da Codhab, João Carlos Medeiros. Cada funcionário público só poderá comprar um terreno. A área onde serão construídas as novas quadras já está com infraestrutura pronta, como rede de água e de coleta de esgoto. ;Falta apenas construir os equipamentos públicos. Mas tudo isso já está previsto;, acrescenta João Carlos.
Cooperativas
Os 400 lotes destinados às cooperativas habitacionais serão vendidos de forma diferente. A Codhab vai abrir prazo para que as entidades apresentem projetos arquitetônicos e sociais para a área. A companhia vai selecionar as melhores propostas e cada associação habitacional poderá indicar, em média, 10 cooperados inscritos. Essas pessoas devem fazer parte, obrigatoriamente, da lista única da Codhab. As associações habitacionais também precisam ser credenciadas pelo governo. Atualmente, cerca de 600 entidades fazem parte do cadastro do GDF.
Nesse caso, os lotes também serão vendidos pelo governo e o preço mínimo estimado é o mesmo, de R$ 100 mil. ;Um dos critérios de desempate é ser morador do Guará. Vamos dar prioridade àquelas pessoas que já vivem na região há muito tempo, mas têm que pagar aluguel;, afirma o presidente da Codhab.
Entre as cooperativas, a expectativa é grande. O presidente da Associação Habitacional do Guará, Manoel da Cruz, explica que a entidade tem cerca de 180 inscritos e afirma que a maioria deles se interessa por um lote na região. ;Acho justo que os moradores do Guará sejam privilegiados. Só espero que o processo de seleção seja bastante transparente para que as associações possam concorrer entre si da melhor forma possível;, justifica Manoel. Poderão participar os inscritos em cooperativa que nunca tiveram imóvel no DF e cuja renda familiar é de até 12 salários mínimos. Depois da indicação das entidades, o governo vai conferir toda a documentação dos futuros beneficiados antes da entrega do imóvel.
Programas habitacionais diferenciados para funcionários públicos do GDF são uma reivindicação antiga da categoria. O secretário-geral do Sindicato dos Servidores do Distrito Federal, Cícero Rola, afirma que a luta por moradia é uma das prioridades de quem trabalha no governo. ;Vamos continuar lutando por outros lotes para servidores, como a área no Colorado que há anos é prometida para a categoria;, diz Cícero.
1 - Lances
A licitação ocorrerá em 28 de janeiro, às 9h, na sede da Terracap (localizada atrás do Palácio do Buriti). Os funcionários públicos interessados não precisam depositar caução nem pagar a entrada. Vence, logicamente, quem der o maior lance.
Oportunidade
Os terrenos reservados para funcionários públicos terão, em média, 150m;. O preço mínimo gira em torno de R$ 100 mil.
Nas mesmas quadras da expansão, outros 400 lotes, cuja venda ainda não está definida, serão destinados a cooperativas habitacionais.
660 terrenos distribuídos
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) publicará na edição de hoje do Diário Oficial do DF a convocação de cooperativas interessadas em participar de um novo programa para distribuição de moradias a pessoas carentes. Ao todo, serão 660 lotes em Santa Maria, 300 em Ceilândia e 240 no Recanto das Emas. As associações credenciadas pelo governo que se interessarem devem procurar a Codhab para que seus cooperados possam ser beneficiados.
O GDF não vai cobrar pelos lotes. Mas as pessoas devem ser inscritas na lista da Codhab. ;Isso faz parte dos projetos sociais do governo. A gente entra com o lote e as cooperativas se organizam para construir as casas. Elas podem recorrer a construtoras ou a financiamentos como o oferecido no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal;, explica o presidente da Codhab, João Carlos Medeiros.
Convocados
Até março, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional vai entregar mais cerca de 4.259 lotes. Nesses casos, os beneficiados já foram convocados, falta apenas a finalização das obras de infraestrutura. São 840 lotes em Sobradinho II, 847 em Ceilândia, 530 no Recanto das Emas, 1642 em Santa Maria e 400 na expansão do Itapoã.