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Novacap diz que, em 2009, recapeou 75km de vias

Mas, com a chegada das chuvas, aumentam os problemas e o prejuízo dos motoristas

postado em 19/01/2010 08:15
Imagine ir da Ponte do Braguetto, no fim da Asa Norte, até a entrada de Formosa (GO) em uma pista completamente esburacada. É essa distância, de aproximadamente 75 quilômetros, que a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) diz ter coberto com massa asfáltica em 2009 na Operação Tapa-Buracos. Bastam as primeiras precipitações para transformar as principais vias do DF em um rali para os motoristas. Tão tradicional como as chuvas de fim de ano é o período de operação, entre outubro e março.

O brasiliense pode não ter percebido, mas equipes da Novacap e das administrações regionais estão nas ruas. O órgão calcula que foram utilizadas seis toneladas de massa para cobrir o prejuízo. Gasto total de R$ 9,6 milhões, somente de janeiro a dezembro de 2009. São 160 pessoas divididas em 24 equipes à caça de deformidades.

Se os executores fizessem uma visita a lugares como a via Centro Norte, mais conhecida como a extensão da Elmo Serejo de Freitas, certamente a quilometragem de asfalto novo teria um aumento significativo. Quem trafega na área que dá acesso ao P Sul precisa ficar muito atento para não ter a mesma dor de cabeça que o motorista Osvaldo Ramos.

Alguns segundos de desconcentração na pista custaram R$ 250 de prejuízo. Estouraram os pneus do lado esquerdo de sua Santana Quantum quando retornava para casa à noite, após um dia de trabalho cansativo. ;O buraco era gigantesco. Enquanto estava consertando meu carro, vi vários outros batendo forte no fundo dele (buraco) e seguindo pela via;, relata. Para não ver mais motoristas em situação idêntica à sua, Ramos recolheu as calotas perdidas pelos outros veículos naquele mesmo buraco e improvisou uma sinalização . ;Cravei no chão a calota para avisar que ali a pista estava despedaçada;, diz.

Funcionários de uma loja de acessórios no P Sul têm muitas histórias de motoristas furiosos por terem perdido a calota em uma das crateras. ;Trabalho aqui há três anos e meio e nunca vi essa pista completamente asfaltada;, conta o vendedor Lourivaldo Alves. ;Dia de chuva é muito pior, quando ninguém vê nada na pista por causa da água e passa direto nos buracos;, acrescenta. O representante comercial Fartu Abreu também estourou um pneu na região. Ele culpa a chuva. ;A água corre rápido e com força nesta pista, aí não tem asfalto que resista;, acredita. Abreu aponta a Quadra 14 do P Sul como uma das que tem o pior asfalto de Ceilândia.

No Areal, em Taguatinga Sul, em Águas Claras e em Vicente Pires é quase impossível contar a quantidade de imperfeições nas principais vias. Na Vila Planalto, os buracos estão em quase todas as ruas, mas não são tão grandes quanto os de Vicente Pires ou da Avenida Elmo Serejo, em Taguatinga.

De acordo com Maurício Canovas, diretor de Urbanização da Novacap, a vida útil do asfalto no Distrito Federal é de até 10 anos. Ao longo de 2009 foi feito recapeamento em Ceilândia, no Guará, em Planaltina e no Plano Piloto, nas pistas mais antigas. ;A Operação Tapa-Buracos iniciou-se em outubro do ano passado, portanto, não precisamos atuar em diversas vias que haviam sido cobertas por um novo asfalto no segundo semestre do ano passado;, explica. ;O problema de Ceilândia é que a cidade é grande e o fluxo de veículos é alto. Os recursos nunca são suficientes para a demanda;, justifica. Canovas garante que, até março, a operação continuará e o recapeamento está previsto para começar na estação seca, entre maio e setembro.

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