Cidades

Técnicos penitenciários protestam por nomeações pendentes

Categoria mostra-se idignada com o que denominam ausência de compromisso do governo

postado em 19/01/2010 12:25

Os técnicos penitenciários, que estiveram em greve por 15 dias em dezembro último, voltaram a protestar na manhã desta terça-feira (19/1). Cerca de 50 pessoas estiveram em frente ao Pátio Brasil entre 8h30 e 11h com faixas.

Desta vez a categoria não pretende paralisar as atividades, mas pedir a nomeação dos aprovados no concurso realizado em 2008. Dos 1667 aprovados, 657 ainda não assumiram os cargos e estão sem emprego desde dezembro de 2008.

[SAIBAMAIS]Como explica um dos organizadores do movimento ; também aprovado e não convocado a assumir o cargo ; Willian Santos, de 37 anos, após a finalização do processo seletivo, que teve inclusive teste de aptidão física, foi realizado um curso de formação com os aprovados em todas as etapas, em dezembro de 2008. ;O curso era de 8h às 23h. Quem tinha emprego teve que largar;.

Santos trabalhava como auxiliar administrativo e ganhava em torno de R$ 1,3 mil por mês. O salário era somado ao da esposa, que é empregada doméstica, mas que hoje, tenta sustentar sozinha o marido e os dois filhos, um de 10 e outros de 14 anos. ;A gente mora em Samambaia, de aluguel, mas alguns estão atrasados. Estamos vivendo de ajuda;.

O mesmo drama é vivenciado por Diego Rosa Pera, de 26 anos. Formado em processamento de dados, trabalhava como técnico de informática quando decidiu abrir mão do salário de R$ 3 mil pela segurança do serviço público. Mas destaca a dificuldade em conseguir um novo emprego. ;Todos nós deixamos os antigos trabalhos para fazer o curso de formação. Agora, quando vou tentar arrumar outro, não consigo porque as pessoas pesquisam o nome e veem que fui aprovado em um concurso;.

Cronograma de nomeações assinado pelo governoIndignação
Willian Santos destaca que, cerca de 400 pessoas estão desviadas de função ; entre elas, bombeiros, policiais militares, e servidores administrativos ; e fazem o trabalho de técnicos penitenciários nos presídios do Distrito Federal. A indignação dos concursados é notável. Segundo eles, o governo assinou um cronograma em junho de 2009 em que se compromete a convocar 150 técnicos a cada 45 dias. No entanto, em agosto as nomeações estagnaram.

Para Tiago Ferreira, de 30 anos, que hoje sobrevive de trabalhos temporários, a situação já chegou no limite. A categoria pretende entrar com uma ação na justiça para cobrar as nomeações pendentes. ;Vamos esperar no máximo mais 15 dias. Já passamos o ano passado todo negociando e acredtando em promessas;.

Reclamações
Os concursados destaca, ainda, as péssimas condições de trabalho e a má remuneração. Diego Pera ressalta que, dos 1011 técnicos penitenciários já convocados, apenas 770 permanecem no cargo. ;O restante pediu exoneração. Com a greve do fim do ano o salário passou de R$ 1.609 para R$ 2.200. Mas temos o mesmo curso e as mesmas atribuições dos agentes penitenciários federais. Então queremos uma equiparação de salários;. Os agentes federais ganham R$ 4.500.

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