Abram alas, que a menos de um mês do carnaval os blocos de rua de Brasília já estão a todo vapor nos preparativos para a festa. E em meio ao clima quente da política de Brasília neste início de ano, não vão faltar críticas. Assim promete Joca Pavarotti, como é conhecido José Antônio Filho, membro do irreverente Pacotão. Desde o último sábado (16/1), eles esquentam os tamborins e preparam as marchinhas que vão embalar o bloco conhecido por suas críticas à política. Neste sábado (23/1) haverá o concurso para o enredo do carnaval deste ano. Qualquer um pode participar.
A escolha será na quadra 112 da Asa Norte, com apresentação da letra para a banda. Mas os poetas podem enviar as letras antes, para o e-mail pacotaofolia@gmail.com. O júri será composto por 20 pessoas, entre artistas da cidade, membros do bloco, foliões e jornalistas. As marchinhas escolhidas estarão no 11; CD do Pacotão.
Joanfi acredita que é grande a expectativa da cidade sobre o Pacotão neste ano e acredita que mais pessoas se juntarão ao bloco para protestar. ;Os brasilienses estão com o espírito machucado, então sabemos que vai ter muita gente para participar;, diz. ;O Pacotão é mais uma passeata que um bloco de carnaval;.
O bloco sai às ruas há 32 anos. Para este ano, são esperadas 10 mil pessoas. Os organizadores da festa não contabilizam o número de pessoas que se agregam ao bloco à medida que ele passa pelas ruas. De acordo com Joanfi, no último ano havia pelo menos duas mil pessoas por volta das 15h, quando o Pacotão saiu do local de concentração.
Tradição nordestina
Os nordestinos, principalmente pernambucanos, que moram no DF têm destino certo para matar a saudade de casa. O Galinho de Brasília promete para 2010 o frevo animado de todo ano, mas busca apoio para fazer o bloco crescer. Os membros do bloco desejam colocar mais uma orquestra para desfilar e conseguir um som mais potente para atingir todo o público, estimado em 15 mil pessoas durante o trajeto.
Romildo de Carvalho Jr. é um dos fundadores e presidente do Galinho de Brasília. Para ele, o que menos importa é contar quantas pessoas seguem o bloco. ;Eu não estou preocupado com o número de pessoas que seguem o Galinho. Posso dizer que é um público alegre, feliz e com vontade de brincar. Se me perguntar quantos, não sei dizer;.
Romildo diz que a principal intenção é mostrar não só o frevo, mas diversas outras manifestações culturais nordestinas, como o Maracatu, Bumba meu Boi e Ciranda. Apesar das dificuldades, essa vontade é o que alimenta o bloco. ;O mais fácil seria pegar um avião, ir para Recife onde tenho vários amigos. Mas como é que fica o Galinho e o carnaval de Brasília?;, diz.
Em 2009, o Galinho correu o risco de não sair. Os moradores das quadras 203 e 204 Sul reclamaram do barulho e da movimentação que o bloco fazia por ali. Para evitar tumulto, neste ano o bloco sairá do Setor de Autarquias Sul.
Reunião dos blocos
Como em 2009, neste ano os oito blocos tradicionais do DF se encontrarão no espaço Gran Folia, no estacionamento do Complexo Cultural da República, após os desfiles pelas ruas da cidade. Além dos seus percursos tradicionais, haverá apresentação de todos os blocos nos quatro dias de festa, de sábado (13/2) a terça-feira (16/2).
A programação inclui participação de bandas da cidade e nacionais, tendas com manifestações culturais afro-brasileiras, comidas típicas, oficinas e música eletrônica para os que não gostam dos ritmos do carnaval.
;Vamos tentar agradar todo mundo em um espaço só, para ser uma grande festa;, diz o presidente da Liga Carnavalesca dos Trios, Bandas e Blocos Tradicionais do DF, Jean Costa. Os organizadores do evento esperam reunir de 15 a 20 mil pessoas por dia no Gran Folia.