Luiz Calcagno
postado em 10/02/2010 08:52
União dentro do PT, por enquanto, só no discurso. A palavra foi usada como vírgula por vários militantes ontem durante a oratória que celebrou a posse de Roberto Policarpo no comando local do partido. A soma de esforços foi a linha de raciocínio, inclusive, dos dois petistas, o ex-ministro Agnelo Queiroz e o deputado federal Geraldo Magela, que disputam a indicação para concorrerem ao Governo do Distrito Federal. Mas cada um quer puxar para si o apoio para a candidatura ao principal cargo em outubro, o de governador.A solenidade, no auditório do Teatro Dulcina, no Conic, que era para ser um gesto de unidade do partido escancarou o racha na legenda. A plateia formada por cerca de 500 pessoas estava dividida entre os apoiadores de Agnelo e os de Magela. Até o ano passado, vigorava um acordo no qual o ex-ministro seria o candidato ao governo e o deputado federal se lançaria ao Senado. Mas desde o início da crise, Magela começou a rever nos bastidores o interesse em concorrer para o Congresso Nacional e abrir mão da principal candidatura de 2010. Foi durante a solenidade de posse do novo presidente do PT que Magela acabou por expor publicamente a pretensão de revisar a negociação feita anteriormente ao escândalo da Caixa de Pandora.
Prévias
Ao falar para a militância, Magela deu a entender que está disposto a medir forças com o colega. ;Quando Agnelo veio para o PT, eu disse que ele tinha todas as condições para ser candidato e que teria meu apoio se estivesse melhor do que eu. Mas se eu estivesse melhor, então competiria. Vamos construir uma unidade, não que seja boa para o Agnelo ou para o Magela, mas para o DF;, disse.Durante seu discurso, o deputado federal citou a crise política vivida no Distrito Federal, um de seus principais argumentos para pedir as prévias dentro da legenda. Magela tem dito a pessoas próximas que passou a considerar injusta a escolha de Agnelo depois que veio a público o fato de o ex-ministro ter tido acesso às fitas de vídeo gravadas por Durval Barbosa que resultaram na desfiliação de Arruda do DEM, o que o torna inelegível em outubro.
[SAIBAMAIS]Agnelo Queiroz foi mais discreto para tratar da crise. Optou por citar o assunto nas entrelinhas. ;O povo do DF clama e tem esperança na gente para fazer a limpeza necessária;, disse. E assim como Magela, falou da importância de unir esforços: ;Nós elegemos o presidente com 74% dos votos. Isso é um recado do Distrito Federal, porque precisamos de uma direção unida, ampla e combativa;.
O novo presidente do PT-DF encerrou a solenidade, porque a briga interna no PT parece que só está começando, com um apelo aos dois grupos que disputam a preferência ao governo. ;Fizemos um acordo para a unidade do partido, que significa Agnelo candidato ao governo e Magela para o Senado. Não vamos ficar até junho discutindo isso. Se o Magela anunciar a candidatura, responderemos rápido, em um processo limpo e democrático. Vamos construir a unidade do partido para depois construirmos a da esquerda;, sugeriu Policarpo.
"Quando Agnelo veio para o PT, eu disse que ele tinha todas as condições para ser candidato e que teria meu apoio se estivesse melhor do que eu. Mas se eu estivesse melhor, então competiria"
Geraldo Magela,deputado federal e também pré-candidato ao GDF
Geraldo Magela,deputado federal e também pré-candidato ao GDF
"Nós elegemos o presidente com 74% dos votos. Isso é um recado do Distrito Federal, porque precisamos de uma direção unida, ampla e combativa"
Agnelo Queiroz,pré-candidato ao GDF
Agnelo Queiroz,pré-candidato ao GDF