Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ministro do STJ decreta prisão preventiva de Arruda

Os ministros do Superior Tribunal de Justiça estão reunidos neste momento para uma sessão especial da Corte. Essa reunião estava prevista para 25 de fevereiro, mas foi antecipada para tratar do pedido de prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido).

Segundo fontes do STJ, o ministro Fernando Gonçalves, relator do inquérito da operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, decretou a prisão preventiva de Arruda por causa da tentativa de suborno ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, o "Sombra". Mas a decisão tem que ser referendada pelos outros ministros do tribunal.

O pedido de prisão preventiva feito pela subprocuradora Geral da República Raquel Dodge, acatado pelo ministro Fernando Gonçalves, também se estende a outros cinco envolvidos: o ex-deputado Geraldo Naves, o ex-secretário de Comunicação do GDF Wellington Morais, o ex-diretor da Companhia Energética de Brasília, Haroaldo Brasil de Carvalho, Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário particular de Arruda e também o consultor do Metrô-DF, Antônio Bento da Silva. Como Antônio Bento já está preso, após o flagrante realizado pela Polícia Federal enquanto entregava uma sacola com R$ 200 mil a Edson Sombra na semana passada, a decisão não pode ser validada para ele.

Participam da sessão 15 ministros, sendo que o presidente do STJ, César Rocha, só vota em caso de empate. Neste momento o relator do processo lê seu voto para os demais membros dos Tribunal.

O assessor de imprensa do governador, André Duda, disse que desconhece qualquer informação oficial e que Arruda está na residência de Águas Claras. Mas ele informou que, caso a Corte decida pela prisão do governador, ele se entregará espontaneamente à Polícia Federal. A PF informou que ainda não recebeu os mandados de prisão.

O habeas corpus preventivo, protocolado ontem pelo advogado Artur Celso Fonseca, ainda não foi analisado pelo STJ.

Suborno

O que motiva o pedido de prisão de Arruda é a argumentação de que ele está atrapalhando as investigações da Polícia Federal ao tentar cooptar uma testemunha. O jornalista Edson Sombra gravou um vídeo do que seria uma tentativa de suborno. Nele, o consultor do Metrô-DF Antônio Bento aparece oferecendo dinheiro a ele em uma suposta negociação.

Sombra contou a várias pessoas que estava sendo assediado para ajudar a atenuar a crise do governo Arruda. Ele chegou a mostrar um bilhete, com a letra de Arruda, recebido das mãos do ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM).

Sombra relatou o ocorrido à PF e armou um flagrante, após o qual Antônio Bento foi preso.