postado em 11/02/2010 18:41
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves pediu à Corte Especial, reunida neste momento em caráter extraordinário, que seja mantida sua decisão de decretar a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), e de mais cinco pessoas envolvidas na tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra, testemunha do esquema de corrupção que atinge o GDF, empresários e deputados distritais. O pedido, feito pela Procuradoria-Geral da República, foi acolhido pelo ministro Fernando Gonçalves, relator do inquérito, que taxou de ;organização criminosa; o grupo controlado por Arruda. A decisão do ministro está sendo submetida à Corte Especial do STJ em sessão extraordinária.
;O grupo criminoso está apagando os vestígios de sua atuação criminosa. Também atua no controle dos deputados da Câmara Legislativa. A organização criminosa instalada continua valendo do poder econômico e político para atrapalhar as investigações e garantir a impunidade;, defendeu o ministro.
Além do governador Arruda, o ministro aceitou os pedidos de prisão preventiva do ex-secretário de Comunicação do GDF Welligton Moraes, do ex-diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB) Haroaldo Brasil de Carvalho, do deputado distrital Geraldo Naves (DEM), do secretário particular do governador, Rodrigo Arantes, e do conselheiro fiscal do Metrô do DF Antonio Bento, preso em flagrante pela PF após entregar R$ 200 mil ao jornalista Edson Sombra.
As investigações da PF apontam que todos foram intermediários do governador Arruda na tentativa de suborno. O deputado distrital Geraldo Naves foi o mensageiro de um bilhete escrito pelo governador para Sombra, o que, para o ministro Fernando Gonçalves, confirma a participação de Arruda no caso.
;O bilhete é uma das provas da materialidade da participação do governador Arruda no crime;, disse à Corte Especial do STJ.
Já Rodrigo Arantes, segundo as investigações, seria o responsável por repassar o dinheiro do suborno a Antonio Bento, que o entregaria ao jornalista Edson Sombra, amigo do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor das denúncias.
Sombra deveria desqualificar os vídeos que sustentam as denúncias que levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Caixa de Pandora, em novembro de 2009.