No despacho de 12 páginas em que negou o pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados de Arruda, o ministro afirma que a prisão preserva a ordem pública e a instrução penal. Segundo ele, as ;minúcias; do esquema montado para corromper uma testemunha ;são geradoras de perplexidade;.
;Friso, mais uma vez, não se estar diante de situação a revelar capacidade intuitiva, supondo-se práticas passíveis de serem realizadas, mas sim de dados concretos a evidenciarem desvios de condutas a atingirem a ordem pública e a solaparem a regular instrução própria ao inquérito, a coleta de dados visando a esclarecer, quanto aos fatos que motivaram a instauração do inquérito, a verdade real;, sustenta Marco Aurélio Mello.
O despacho contém trechos do depoimento prestado por Sombra à Polícia Federal apontando os intermediários enviados por Arruda para negociar a desqualificação das denúncias do esquema de pagamento de propina no GDF e na Câmara Legislativa feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. O ministro incluiu ainda trechos do depoimento do conselheiro do Metrô do Distrito Federal Antonio Bento, preso em flagrante após a entrega de R$ 200 mil a Sombra.
A decisão de Marco Aurélio Mello ainda será submetida a uma turma de ministros ou ao plenário do Supremo Tribunal Federal em data ainda não definida. O ministro tamém remeteu a sua decisão à Procuradoria-Geral da República (PGR). Dessa forma, será preciso aguardar a manifestação da PGR para que o pedido de habeas corpus seja analisado no mérito.
A expectativa, portanto, é que o governador licenciado, José Roberto Arruda, passe o carnaval preso.