;Quero dizer ao presidente Lula que nós vivemos em um sistema democrático. Eu estou assumindo o governo de Brasília em um momento difícil. Quero pedir o apoiamento dele. Quero pedir que ele nos ajude, que ajude Brasília e que ajude na celebração dos 50 anos da cidade.;
Paulo Octávio assumiu o governo após a prisão do governador José Roberto Arruda (ex-DEM, atualmente sem partido), envolvido em um esquema de corrupção investigado pela Operação Caixa de Pandora.
O governo de Brasília também enfrenta um pedido de intervenção federal, apresentado na quinta-feira (11) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O pedido está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu prazo de cinco dias úteis para que o governo do DF apresente sua defesa prévia.
Caso o STF decida pela intervenção, caberá ao presidente Lula nomear o interventor. A decisão do Supremo, no entanto, não vincula a decisão a ser tomada pelo presidente Lula. ;Quero discutir com ele [Lula] essa possível intervenção sem interferência;, disse o governador em exercício.
A assessoria do Palácio do Planalto não confirmou ontem (12) que Lula concederá a audiência pedida por Paulo Octávio.
Na estratégia de se manter no poder, Paulo Octávio também tentará costurar o apoio dos partidos locais, concedendo cargos no governo do Distrito Federal. Ele pediu que todos os secretários que atuaram durante a gestão Arruda coloquem os cargos à disposição.
;Pedi que todos os secretários coloquem o cargo à disposição porque é uma crise difícil e precisamos do apoio de todos os partidos. Quero conversar com todo mundo. Já conversei com quatro partidos que querem nos ajudar e temos uma reunião agendada com doze partidos, inclusive para discutir essa questão da intervenção.;
De acordo com Paulo Octávio, ontem (12) e hoje (13) ele manteve conversas com o próprio partido, o DEM, com o deputado distrital Tadeu Filipelli (PMDB), com o senador Gim Argello (PDT) e com o deputado distrital Alírio Neto (PPS). A reunião com os demais partidos deverá ocorrer na próxima quarta-feira (17).
Na tentativa de desvincular o seu governo da administração Arruda, Paulo Octávio criticou os pedidos de impeachment contra ele, apresentados ontem (12) na Câmara Legislativa, e minimizou as acusações contra ele, presentes no inquérito que investiga o esquema de corrupção no Distrito Federal.
;Não há sentido do pedido de impeachment, já que estou no primeiro dia de governo e não assinei nenhum ato. Ao que me consta, o afastamento seria por atos irregulares cometidos durante a gestão. Por isso, tenho certeza que a Câmara julgará o pedido de impeachment como improcedente;, disse Paulo Octávio.
;Eu não temo as acusações porque não há vídeos em relação a mim. O que existem são citações, como existem citações a mais outras 63 pessoas. Tenho consciência de que agora sou o alvo porque estou no cargo de governador."