postado em 19/02/2010 08:45
Enquanto muita gente reclama do calorão dos últimos dias, há quem não goste nem de pensar na chegada da chuva. ;Eu sobrevivo do sol. Se as nuvens aparecem, os clientes simplesmente somem;, justificou a vendedora de coco Jailma Silva de Oliveira, 45 anos. Até as 13h de ontem, quando os termômetros de rua marcavam 33;C em Brasília, ela comemorava a venda de 2,5 mil cocos, para ambulantes e motoristas que não resistiam a uma parada no quiosque às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia).A depender da previsão(1) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Jailma pode continuar animada com o movimento. O calor só deve dar trégua no fim da próxima semana. ;Vou aproveitar porque o povo só gosta de beber água de coco nessa quentura;, disse a vendedora, que já encomendou mais um caminhão carregado da mercadoria. No início do mês, o estoque acabou. Foi preciso pedir ajuda aos concorrentes. O coco custa R$ 1,30 natural e R$ 2,50 gelado.
No último domingo, na sorveteria Nata do Cerrado, na 106 Sul, o sorvete simplesmente acabou uma hora antes de a loja fechar. Wilson Barnabé, um dos proprietários, calcula que cerca de 900 casquinhas foram vendidas, o que equivale a quase 110kg de sorvete ; um aumento de 350% em comparação aos dias normais. ;Diferentemente do que ocorre em outros países, o brasileiro tem o costume de comer sorvete só no calor;, comentou Barnabé.
As irmãs Joselma, 20 anos, e Joelma Coelho, 19, saíram de casa na manhã de ontem, em São Sebastião, decididas a comprar um ventilador. Aproveitaram uma promoção em uma rede de eletrodomésticos e levaram um aparelho para casa por R$ 58. ;Não está dando pra aguentar. Minha filhinha não consegue dormir nesse calor;, contou a mais velha. Por mais R$ 1,50, cada uma pagou por um sorvete em plena hora do almoço. ;É pra refrescar;, completou Joelma.
Na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto, a dona de casa Irene Alves, 49 anos, e o filho Francisco, 13, pesquisavam o preço de uma sombrinha. ;Está demais esse sol na cabeça da gente;, afirmou a mãe, que todos os dias sai de Samambaia e vai deixar o filho de ônibus na escola. ;Tem que cuidar da saúde da gente nesse calor;, acrescentou ela, ao mostrar as manchas de sol no rosto. A procura por sombrinhas está tão grande quanto em tempo de chuva, garantem os comerciantes.
Perto dali, sob o sol de meio-dia, o ambulante Marcos Aurélio Borges, 37, era cortejado a todo instante. ;Olha a água, olha a água;, anunciava ele, morador do Recanto das Emas. Com o calor, Borges calcula que passou a vender o dobro de garrafas. São pelo menos 50 por dia, cada uma a R$ 1. ;Se chover, todo mundo para de beber água;, disse.
Na primeira semana deste mês, o Brasil bateu o recorde histórico de consumo de energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o pico ocorreu no dia 3, pouco depois das 15h, quando a demanda alcançou 70,4 mil MW.
1 - Tempo
Segundo o Inmet, pode chover hoje em alguns pontos do DF, mas não o suficiente para diminuir drasticamente a temperatura, que ficará na média de 28;C. No fim de semana, os termômetros voltarão a atingir a marca dos 30;C. O calor, provocado por uma massa de ar seco, deve permanecer pelo menos até o dia 26.
Evite desperdícios
Não abuse no uso do ar-condicionado, ele é um dos maiores consumidores de energia elétrica em uma residência. Prefira os aparelhos com selo Procel.
Ao instalar o ar-condicionado, evite que o sol bata sobre ele. Desligue o aparelho quando o ambiente estiver vazio.
Mantenha os filtros do ar-condicionado sempre limpos. A sujeira prejudica a circulação de ar e exige que o motor trabalhe mais, aumentando o gasto de energia.
Chuveiros elétricos também elevam o consumo. Procure regulá-los na posição inverno somente quando estiver frio. Desligue o chuveiro na hora de ensaboar o corpo.
Não abaixe tanto a temperatura interna das geladeiras em época de calor, pois o consumo de energia aumenta consideravelmente. Não guarde alimentos e líquidos ainda quentes ou em recipientes sem tampa e evite abrir a porta da geladeira a todo instante.
Fonte: Instituto Akatu