postado em 22/02/2010 08:34
O advogado Thiago Bouza, que visitou o governador afastado José Roberto Arruda na Polícia Federal no fim da tarde de ontem, preferiu não comentar quais passos serão dados para livrá-lo da prisão. Também não falou se existe alguma chance de a defesa retirar o pedido de habeas corpus da pauta. ;Não posso falar sobre estratégias;, afirmou Bouza antes de deixar a Superintendência da PF, onde ficou por cerca de 15 minutos.O advogado também não comentou a denúncia feita na última sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de falsificação de notas da compra de panetone. Bouza repetiu que a defesa ainda não foi notificada sobre a nova acusação de falsidade ideológica contra seu cliente e disse que soube do assunto apenas pelos jornais. O advogado deu a entender que novas providências não deverão ser tomadas até o julgamento do pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal (STF). ;Não conversei com os outros advogados sobre isso, mas é possível que a gente aguarde até quinta-feira;, disse.
A data para o julgamento sobre a permanência ou não de Arruda na prisão foi marcada na noite de sábado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. A decisão foi tomada após o ministro Marco Aurélio Mello , que é o relator do caso,comunicar a conclusão de seu voto. O mais provável é que do ministro-relator acompanhe o parecer da Procuradoria-Geral contrário à libertação de Arruda.
Manifestações
A primeira-dama Flávia Arruda não visitou o marido no sábado. Ontem, ela apareceu para entregar o almoço do governador afastado, mas evitou ser vista e fotografada pela imprensa. Flávia passou pela portaria da Superintendência da PF por volta de 12h30, no banco de trás de um Honda Civic preto, dirigido pelo seu irmão. Cerca de 40 minutos depois Flávia deixou o local.
Desde quinta-feira última, o governador afastado José Roberto Arruda ocupa uma sala de 10m;, no Complexo do Comando de Operações Táticas (COT). Até então, ele estava preso na sala da Diretoria Técnico-científica, com 40m2, no Instituto Nacional de Criminalística, a 600 metro da atual acomodação. Na antiga sala, Arruda podia ver a movimentação do lado de fora. Mesmo sem poder ser vistas ou ouvidas pelo governador afastado, muitas pessoas insistem em ficar diante das dependências da Polícia Federal, onde fazem manifestações de carinho, de protesto e espalham cartazes contra e a favor da permanência de Arruda na prisão.
Na manhã de ontem, o pastor José Francisco de Lima Neto, da Igreja Batista de Santa Maria tentou entregar um DVD com o título Chamado para uma missão. Ele chegou por volta de 11h e queria entrar para levar uma palavra de apoio a Arruda, mas disse que ainda não formou uma opinião a respeito das denúncias de corrupção no governo, que deram origem à Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Dois líderes comunitários ; uma mulher do Paranoá e um homem de Santa Maria ; também estiveram no local e defenderam o governador afastado. Ambos tinham estado no local semana passada para pregar faixas com a mensagem ;deixa o homem trabalhar; e entregar livros de autoajuda.
Três ciclistas do Movimento Fica Arruda na Prisão também fizeram uma manifestação em favor da permanência de Arruda na prisão. O agrônomo Rogério Puerta, 40 anos, a publicitária Maíra Carvalho, 27, e o biólogo Uirá Felipe Lourenço, 31, chegaram por volta de 11h e estenderam a faixa com a palavra paz.