Cidades

Preço do litro da gasolina cai R$ 0,06 e o do álcool, R$ 0,16

Empresários admitem que a queda nas vendas forçou redução do valor cobrado

postado em 23/02/2010 07:10
Após espantarem os clientes com sucessivos aumentos nas bombas, os donos de postos de combustíveis do Distrito Federal decidiram baixar os preços. A semana começou com novos valores em cidades como Taguatinga, Samambaia, Gama, Park Way, Recanto das Emas e Núcleo Bandeirante. Os empresários alegam que se viram sem saída ao constatarem uma queda significativa no movimento desde o início do ano. O setor é alvo de investigações por parte do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e do Ministério da Justiça, que apuram denúncias de formação de cartel e preços abusivos.

Os preços caíram, ontem à tarde, em cerca de 35 dos 91 postos da Rede Gasol ; a maior do mercado e, por isso, a que tem poder de influenciar a tabela das demais redes. O litro da gasolina saiu de R$ 2,73 para R$ 2,67, uma diferença de R$ 0,06. O litro do álcool passou a custar R$ 0,16 a menos, chegando a R$ 2,19. ;O movimento estava um desastre. Queremos trazer os consumidores de volta aos postos;, comentou o presidente da Gasol, Antônio Matias.

Lei de mercado
Segundo o empresário, não houve alteração nos valores cobrados pelas distribuidoras. A redução nas bombas nada mais é, sustenta ele, que um reflexo da lei da oferta e da procura. ;Não estávamos vendendo quase nada, estava um desastre;, reforçou Matias. Ele adiantou que até o fim da semana os novos preços estarão em vigor em todos os postos da rede. Por enquanto, os estabelecimentos do Plano Piloto não aderiram à nova tabela.

Em Taguatinga, é possível encontrar o litro da gasolina a R$ 2,57 e o do álcool a R$ 2,08. ;Não existe uma tendência de queda, vai depender do preço das distribuidoras nas próximas semanas. Mas o mercado é dinâmico;, afirmou Carlos Alberto Recch, dono de posto no centro da cidade, onde os preços caíram no domingo: a gasolina saiu de R$ 2,76 para R$ 2,66, e o álcool de R$ 2,20 para R$ 2,17. Ontem à tarde, carros faziam fila para abastecer, cena inédita em 2010, segundo os frentistas.

O comerciante Clécio Gonçalves Rodrigues, 35 anos, se espantou quando o viu o preço mais baixo na bomba. ;Abaixou mesmo!”, surpreendeu-se, ao pagar R$ 12 de gasolina para sair da reserva. ;Com esse preço, volto mais tarde para encher o tanque;, planejou. ;Vou colocar só R$ 50 porque tenho a esperança de que pode abaixar ainda mais;, contou a pedagoga Elizabeth Aguiar, 49.

Um posto do Grupo Brasal no Pistão Sul lançou uma promoção no início da tarde de ontem, informada pelo Twitter. Teoricamente até as 22h, a gasolina seria vendida a R$ 2,57 e o álcool, a R$ 2,08. Ao saber que outros postos também tinham baixado o preço, o gerente José Carlos Martins se adiantou: ;Então, vamos esperar. Se a concorrência abaixou, vamos abaixar também;.

Na avaliação de Charles Guerreiro, coordenador do Movimento contra a Cartelização de Combustíveis do DF, os novos valores são resultado da pressão popular. ;Os empresários estão acuados;, disse. Ele acredita que os postos do DF passaram a vender menos por causa do boicote proposto pelo grupo, que organiza carreatas toda semana até a divisa com o Goiás, onde os preços são mais baratos. O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do DF (Sinpetro-DF) não se manifestou sobre a redução dos preços.

; POSTOS EM SUPERMERCADOS NA PAUTA DO STF
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve voltar ao trabalho na primeira semana de março, após um período de licença médica. Está nas mãos dele a decisão que pode derrubar a lei que proíbe a instalação de postos em supermercados do DF.

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