Cidades

Suplente de Wilson Lima, Pedro do Ovo pode ser cassado

Para evitar a intervenção no DF, deputados estão dispostos a cassar todos os distritais citados nas investigações da Polícia Federal, inclusive o suplente de Wilson Lima

postado em 24/02/2010 08:34
Começa hoje a fritura de Pedro do Ovo (PRP). Com a saída de Wilson Lima (PR), o suplente assume a vaga de distrital. Mas tão logo seja formalizada a posse do deputado, ele será alvo de uma representação da Mesa Diretora por quebra de decoro. Pedro do Ovo é um dos nove políticos investigados na Operação Caixa de Pandora. Ele é acusado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa de receber dinheiro para votar projetos de simpatia do governo. Pedro do Ovo e Berinaldo Pontes foram os dois substitutos de parlamentares citados no Inquérito n; 650, do Superior Tribunal de Justiça.

Apesar das suspeitas, na condição de suplente nenhum processo poderia correr na Câmara contra Pedro do Ovo. Mas como assumirá a titularidade do mandato, ele se tornará alvo de um possível processo por quebra de decoro parlamentar. ;É natural que a Mesa Diretora faça uma representação recomendando a abertura de processo para investigar a conduta do deputado, já que ele também foi citado na Operação;, afirmou Raimundo Ribeiro (PSDB), corregedor Ad hoc dos outros oito deputados supostamente envolvidos no escândalo. Ele afirmou, no entanto, que o eventual processo de Pedro do Ovo terá novo relator: ;Não serei eu a relatar esse processo também;.

Vício

No dia em que ganhou status de distrital, Pedro do Ovo arriscou uma manobra para colocar em xeque toda a investigação em curso no STJ relacionada à suposta compra de votos dos parlamentares, da qual é alvo. Entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a transferência da investigação para a Corte máxima. Alegou um vício no processo, o de que um dos investigados, o deputado federal Augusto Carvalho (PPS) tem foro especial no STF e que, portanto, não deveria ser investigado no STJ. Pedro do Ovo chegou a pedir o arquivamento do inquérito. Ele afirmou que a subprocuradora da República Raquel Dodge agiu de forma ;temerária, com má-fé e deliberadamente omitindo fato de que dentre os noticiados pela prática de suposto crime estava o deputado federal Augusto Carvalho, que tem prerrogativa de foro especial;.

Na tarde de hoje, Raimundo Ribeiro apresentará relatório provavelmente recomendando a abertura de processo contra os oito deputados citados na Pandora, além de Cabo Patrício (PT), acusado de beneficiar os negócios de Leonardo Prudente em contratos do lixo. Com a recomendação, ficará nas mãos da Comissão de Ética julgar se os distritais devem perder o mandato. Apesar da pressão, principalmente sobre os distritais que aparecem em vídeo recebendo dinheiro de Durval, eles negam a intenção de se antecipar e renunciar ao mandato.

Leonardo Prudente chegou na Câmara antes da leitura da carta de renúncia do ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido) e garantiu aos jornalistas que ficará no cargo para se defender das acusações de quebra de decoro parlamentar. ;Não existe essa possibilidade (renúncia). Estou preparado para enfrentar o processo. Vou me defender aqui na Casa;, assegurou. Eurides Brito também manteve o mesmo discurso firme quanto à sua suposta saída. ;Não integro o grupo de covardes deste país. Integro o grupo de pessoas que, quando recebem acusações, ficam até o fim;, justificou. A assessoria de imprensa de Júnior Brunelli (PSC), que está afastado das atividades parlamentares por um atestado médico, informou que o distrital não falou ainda sobre a hipótese de renúncia.

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