A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é contra a intervenção federal no Distrito Federal. Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (25/2), a CUT lembrou a luta pela democratização da capital no Brasil e a defesa de sua autonomia política, que corre o risco de regredir.
A central acredita que "o caminho é dar celeridade ao processo de impeachment de Arruda e à apuração dos processos contra os parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção. Acreditamos ainda que a mobilização de toda a sociedade, uma das ferramentas mais fortes na resolução desta calamidade, deve continuar para, assim, garantir o fim da corrupção sem extinguir a autonomia política do Distrito Federal".
Leia a nota na íntegra
É histórica a luta dos movimentos sociais e sindicais pela democratização da capital no Brasil e em defesa de sua autonomia política. Hoje, devido ações fraudulentas de governantes que envergonham o povo do Distrito Federal, corremos o risco de dar um passo para trás nesta vitória.
Com a divulgação do escândalo batizado como ;Caixa de Pandora;, coordenado por Arruda, Paulo Octávio e parlamentares da base aliada, se discute a possibilidade de uma intervenção federal no DF. Isso significa que decisões que devem ser tomadas pelos poderes Legislativo e Executivo local passariam às mãos de uma pessoa nomeada pelo presidente da República.
Para se ter dimensão da gravidade de uma intervenção federal, ao suspender temporariamente a autonomia de um ente da Federação, qualquer tipo de mudança na Constituição Federal fica impossibilitada enquanto durar o processo.
Entendemos que há no Distrito Federal uma grave crise política que chegou a comprometer a ordem pública e a integridade local. Entretanto, as ações da própria Central Única dos Trabalhadores, junto com movimentos sociais, estudantis, sindicais e toda a população, apoiados por parlamentares comprometidos com a ordem pública, já renderam resultados positivos.
A exemplo disso, podemos citar a prisão do governador José Roberto Arruda, um fato inédito no Brasil. Também conquistamos a saída de Paulo Octávio do partido Democratas (DEM) e sua renúncia do governo do Distrito Federal por não ter apoio da própria base. Além disso, pode-se ainda citar a abertura de processo de quebra de decoro feita pelo corregedor da CLDF contra todos os envolvidos no esquema de corrupção que abalou Brasília.
Diante deste cenário, acreditamos que o caminho a ser seguido é dar celeridade ao processo de impeachment de Arruda e à apuração dos processos contra os parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção. Acreditamos ainda que a mobilização de toda a sociedade, uma das ferramentas mais fortes na resolução desta calamidade, deve continuar para, assim, garantir o fim da corrupção sem extinguir a autonomia política do Distrito Federal.
Direção Executiva da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal