A inflação no Distrito Federal segue em ascensão. O Índice de Custo de Vida do DF (ICV-DF) de fevereiro, divulgado pela Universidade Católica de Brasília (UCB), subiu 1,38% em relação a janeiro. Os produtos de limpeza e os itens de alimentação puxaram a alta, respectivamente, com aumento de 7,07% e 2,4% nos preços. Os produtos de higiene custaram 8,79% menos do que no mês anterior. Este é o quarto mês consecutivo de elevação do custo de vida no DF, segundo o indicador da UCB.
O ICV-DF, índice criado pela Ômega Empresa Júnior de Consultoria da UCB, monitora a inflação em quatro regiões administrativas do Distrito Federal, a partir da pesquisa mensal de preços de 54 itens considerados para a cesta básica, incluindo produtos de higiene pessoal e de limpeza. O levantamento é feito no Plano Piloto, em Taguatinga, em Ceilândia e no Guará.
Na análise por região, o Plano Piloto registrou alta de 3,49% na inflação em fevereiro. Em Taguatinga, os preços aumentaram 2,34% No Guará, a alta foi de 0,78%, variação não considerada significativa pelos pesquisadores. Ceilândia registrou queda no valor da cesta básica, mas de apenas 0,73%, um recuo pouco expressivo.
Ceilândia se mantém no topo do ranking com a cesta básica mais cara na série histórica do ICV-DF. Em fevereiro, os produtos avaliados em estabelecimentos ceilandenses tiveram um custo médio de R$ 426. O Guará ficou em segundo lugar, posição tradicionalmente ocupada pela cidade, vendendo os produtos pesquisados ao custo de R$ 414,48 no mês passado. No Plano Piloto, o preço médio do total de itens foi R$ 407,29. Taguatinga continuou como a cidade mais barata apesar da alta da inflação em fevereiro: lá, a cesta básica custou R$ 347,06 no último mês.
Clima e entressafra
A economista Kátia Velásquez, da UCB e coordenadora da pesquisa mensal, afirma que o aumento de preços detectado pela medição do ICV-DF em fevereiro tem relação com o período de entressafra para vários produtos do agronegócio e com questões climáticas, que várias regiões produtoras de alimentos do país foram atingidas pelas enchentes ocorridas no início de ano. ;Batata, arroz, banana e açúcar estão entre os produtos afetados por uma ou pelas duas questões;, diz.
Quanto aos produtos de limpeza, que tiveram as maiores altas em fevereiro, puxados pelos preços do Plano Piloto ; aumento de 13,61% ;, Kátia diz que a variação sempre ocorre e está relacionada aos hábitos da população da região central de Brasília. ;No Plano Piloto, a dona de casa compra produtos de limpeza olhando mais para a marca e menos para o preço. Daí, o fato de sempre ter uma variação para cima;, afirma.