Cidades

Toffoli foi o único voto favorável à concessão do habeas corpus para tirar Arruda da prisão

Ana Maria Campos, Adriana Bernardes
postado em 05/03/2010 08:00
Ex-advogado do PT, chefe da Advocacia-geral da União (AGU) no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro José Antônio Dias Toffoli foi o único voto favorável à concessão do habeas corpus para tirar Arruda da prisão. O mais novo magistrado do Supremo, que tomou posse em outubro de 2009, Toffoli foi o segundo a se pronunciar no plenário do STF e se ateve a uma suposta falha processual para liberar o chefe do Executivo do DF: a necessidade de prévia licença da Câmara Legislativa para a decretação da prisão preventiva do governador.

Para justificar esse entendimento, rebatido no voto dos outros nove ministros, Toffoli citou um precedente registrado em 1964, no auge da ditadura, quando se discutia a liberdade do então governador de Goiás, Mauro Borges. Naquela ocasião, foi considerada a necessidade de autorização de deputados estaduais para que ele fosse detido. No entendimento dele, quando um governador fica preso preventivamente, ele também é afastado de suas funções.

Por significar o afastamento de um agente político, a decisão precisaria contar com a anuência de deputados que representam a população. ;O poder popular só pode ser submetido a afastamento por meio de deliberação dos representantes do povo. E se não houver aprovação para processá-lo, quanto tempo ficará o paciente recolhido?;, defendeu. Para a ministra Cármen Lúcia, que apresentou voto em seguida, o precedente citado por Toffoli não poderia ser aplicado no julgamento de Arruda porque o momento do país é de democracia. Segundo Cármen Lúcia, o ministro Gonçalves de Oliveira, relator do habeas corpus citado por Toffoli, usou apenas uma palavra para livrar o governador de Goiás da prisão: ;Defiro;. A ministra disse que ele tomou a decisão tendo a seu redor um grupo de militares que acompanhava o julgamento. (AMC e AB)

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