Cidades

Governador em exercício extingue uma secretaria e desmembra outra

Ana Maria Campos
postado em 10/03/2010 08:18
O governador em exercício, Wilson Lima (PR), extinguiu ontem uma pasta que em três anos de administração só teve destaque com o escândalo de corrupção que abateu o governo Arruda: a Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Durval Barbosa até a deflagração da Operação Caixa de Pandora. A decisão será publicada no Diário Oficial do DF de hoje. Como medida de impacto para o controle interno do Executivo, Wilson também resolveu dividir ao meio a Secretaria de Ordem Pública e Corregedoria do DF. As duas áreas ficarão sob responsabilidade de policiais.

Coronel Djalma Lins é o novo secretário de Ordem PúblicaA Corregedoria-Geral vira um órgão autônomo e mantém o status de primeiro escalão. Ficará sob a responsabilidade do delegado da Polícia Civil do DF Haendel Fonseca. Ele foi subsecretário da Secretaria de Justiça e Cidadania quando o titular era o distrital Raimundo Ribeiro (PSDB), nos dois primeiros anos do governo Arruda. Haendel foi substituído quando o também deputado Alírio Neto (PPS), delegado aposentado, assumiu a secretaria, em fevereiro de 2009. Para a Secretaria de Ordem Pública, Wilson Lima destacou o coronel da Polícia Militar do DF Djalma Lins, atual secretário-adjunto, para responder pela pasta. Ex-subsecretário do Serviço Integrado de Vigilância do Solo (Siv-Solo), o militar terá como atribuição prioritária evitar invasões e comércio irregulares.

Com a extinção da Secretaria de Relações Institucionais, Benjamin Roriz, um dos mais próximos colaboradores do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) mantido por Arruda, será exonerado. Ele exercia a função de secretário-adjunto. Com as mudanças, Wilson Lima tenta mostrar que aumentará a fiscalização do Executivo. Até o fim de abril, o Executivo lançará o site transparência, aos moldes da experiência federal, com a divulgação de gastos públicos.

Visibilidade
No DF, a criação da Corregedoria foi ideia da gestão Roriz, em 2003, quando ele enfrentou grave crise com as denúncias de uso da máquina administrativa em sua campanha eleitoral no ano anterior. Roriz convidou para o cargo a subprocuradora-geral da República aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues, que havia ocupado a mesma função no governo de Fernando Henrique Cardoso. Arruda também deu visibilidade ao órgão. Escolheu o procurador federal, da carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), Roberto Gifoni, que depois assumiu a Secretaria de Ordem Pública e Corregedoria. Ele, no entanto, se desgastou ao ter sido citado por Durval Barbosa em depoimentos na Operação Caixa de Pandora.

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