postado em 11/03/2010 07:20
Desde o começo do ano, 1.541 moradores do Distrito federal contraíram dengue. A maior concentração de ocorrências ainda está nas cidades que já recebem atenção especial das equipes de combate: Vila Planalto lidera as estatísticas, com 428 registros. Em segundo lugar está Planaltina, que teve 249 casos confirmados. Itapoã tem 182 confirmações; São Sebastião, 84; e Paranoá, 50. A Secretaria de Saúde também investiga mais uma ocorrência de morte, na Vila Estrutural, que pode ter sido consequência da doença. Dos dez casos suspeitos de óbito, dois foram confirmados (na Vila Planalto e no Novo Gama-GO), quatro foram descartados e outros quatro continuam sob investigação.
Os mutirões de combate à dengue, antes concentrados nas regiões com maior quantidade de casos no Distrito Federal, agora serão estendidos a todas as cidades e bairros. A intenção é evitar que haja aumento de ocorrências nas áreas onde a doença está sob controle. Por isso, nos próximos dias, os agentes de vigilância ambiental farão trabalho de campo nos locais em que estão lotados. Até a semana passada, eles eram constantemente remanejados para atuar onde o surto de dengue mais preocupa. De acordo com o diretor de Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro Cruz, as regiões em estágio mais grave de infestação pelo mosquito não serão deixadas de lado com a medida. ;Deixamos sempre uma equipe direcionada a cada local. As cidades nunca ficaram descobertas;, garante.De acordo com Cruz, os números revelam uma estabilização nos casos. Segundo ele, ainda há aumento na quantidade de registros, mas não com a velocidade de antes. O diretor de Vigilância Ambiental afirma que a população pode começar a se tranquilizar, porém sem deixar de lado as medidas que mantêm o mosquito Aedes aegypti longe das casas. ;Se isso (o descuido) acontecer, a tendência é a quantidade de casos voltar a aumentar;, explica. Hábitos como tampar depósitos de água, manter vasos de planta com areia e guardar latas, garrafas e tonéis de cabeça para baixo devem ser mantidos.
Apesar do freio na escalada da doença, as ruas da cidade ainda guardam oportunidades flagrantes para a proliferação do mosquito. No Setor de Oficinas do Núcleo Bandeirante, a lateral de uma das lojas virou depósito de para-choques velhos. Moradores das proximidades afirmam que a água se acumula dentro das peças, que estão sempre expostas às chuvas. Segundo o funcionário da loja Antônio Carlos Santos, 33 anos, a loja foi visitada, anteontem, por agentes de vigilância ambiental. Eles não encontraram qualquer sinal do mosquito ou de larvas, mas pediram que os para-choques fossem empilhados de cabeça para baixo, evitando o acúmulo de água. De acordo com Antônio Carlos, a loja foi comprada há dois meses e, quando o novo proprietário chegou, o entulho já estava na lateral da calçada. Um carroceiro foi contratado para retirar o material ainda ontem. ;O dono não vai deixar as coisas assim. Deve até reformar a loja, que está muito feia;, afirmou.
Ação concentrada
Começou ontem uma ação concentrada para combater o avanço do mosquito nas quadras QNP de Ceilândia. O trabalho dos 116 agentes de vigilância ambiental que participam da força-tarefa deve durar até a próxima terça-feira. Eles farão levantamento dos problemas de cada residência, eliminarão os focos possíveis e farão tratamemtno em todos os reservatórios que não puderem ser destruídos. Na Vila Planalto, dois servidores da vigilância visitam todas as 1.600 casas do bairro, para checar se a presença do mosquito ainda é preocupante.
Ontem à noite, quatro carros de fumacê espalharam o inseticida pelas ruas de São Sebastião. Nas quadras 17, 28 e 34 do Guará um veículo fez o mesmo trabalho. Hoje cedo, a nebulização prossegue por São Sebastião e chega às quadras QE 42 e 44, do Guará II. Na Vila Planalto, a nebulização será feita por dois carros. Esta noite, o fumacê também passará pela QI 28 do Lago Sul e pelo Paranoá. Na sexta-feira, o procedimento será nas quadras QE 13 e QE 40 do Guará II, nas QR 212 e 215 de Santa Maria, nas quadras QNO 3 e 18, em Ceilândia, no Setor de Chácaras Santa Luzia e na quadra 17 da Vila Estrutural. Durante o fim de semana, cerca de oitenta agentes revisitarão as casas do Itapoã que estiveram fechadas durante os dias úteis.
Sintomas da doença
# Dengue clássica
Febre alta, de início repentino
Dores de cabeça e dor atrás dos olhos
Perda do paladar e do apetite
Manchas e erupções na pele
Náuseas e vômito
Cansaço e moleza
Dores no corpo e nas articulações
# Dengue Hemorrágica
Mesmos sintomas de dengue clássica, e também com manifestações de:
Dores abdominais fortes e contínuas
Vômito persistente
Pele pálida, fria e úmida
Sangramento pelo nariz, pela boca e pelas gengivas
Manchas vermelhas na pele
Sonolência, agitação e confusão mental
Sede excessiva e boca seca
Pulso rápido e fraco
Dificuldade respiratória
Perda de consciência
# O mosquito
Mede menos de um centímetro, de cor café ou preta, com listras brancas no corpo e nas pernas
# Como tratar
Procure o posto de saúde mais próximo
Faça reidratação oral,
inclusive com soro caseiro
Repouse
Use medicamentos à base de paracetamol, sempre prescritos pelo médico
; Soro caseiro
Misture em um litro de água mineral, filtrada ou fervida (mas já fria), uma colher (do tipo de cafezinho) de sal e uma colher (do tipo de sopa) de açúcar. A receita pode ser usada sempre que houver desidratação.