Cidades

Advogado terá conversas reservadas com Arruda a partir desta sexta-feira, diz OAB

postado em 11/03/2010 20:15
A defesa de José Roberto Arruda poderá, a partir de sexta-feira (12/3), ter conversas reservadas e sigilosas com o governador afastado do DF. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou em nota, na noite desta quinta-feira (11/3), que a garantia foi dada pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, durante conversa telefônica com o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante.

[SAIBAMAIS]Segundo a OAB, o advogado de Arruda, Nélio Machado, terá já a partir de amanhã um local pré-determinado dentro das instalações da Polícia Federal, para falar com o cliente. "O ministro lamentou o fato ocorrido mas afirmou que a PF não vai desrespeitar o direito do advogado de entrevistar o seu cliente reservadamente na prisão, como estabelece a lei federal 8.906/94 - o Estatuto da Advocacia", diz a nota. Ophir já comunicou a decisão a Machado.

Nélio Machado entrou com representação no Conselho Federal da OAB, nesta tarde, contra o delegado da Polícia Federal, Marcos Ferreira dos Santos. Ele alegou abuso de poder e violação da lei federal.

Segundo Machado, são vários os procedimentos ilegais perpetrados por Santos, sendo o mais grave a proibição de conversar com o cliente em sala fechada. De acordo com o advogado, por determinação do delegado, as portas da sala em que Arruda se encontra na PF têm sido mantidas abertas nos encontros entre o advogado e o governador, o que possibilita vazamento do teor de suas conversas. Ele também reclamou da limitação de tempo em minutos para os diálogos.

Nesta quinta, Nélio Machado se retirou do Complexo da PF sob protesto. Ele alega ter sido impedido, novamente, de falar com Arruda de forma pessoal e reservada. "Não vou falar sob vigilância policial, como se estivesse vivendo na Alemanha Oriental, antes da queda do muro (de Berlim)", disse.

O governador afastado DF, José Roberto Arruda (sem partido), está preso há um mês na Superintendência Regional da PF, em Brasília. Ele é acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o "Sombra", uma das principais testemunhas do inquérito da Operação Caixa de Pandora.

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