Cidades

População que usou o Metrô esta manhã não encontrou dificuldades

postado em 16/03/2010 11:54

A redução da quantidade de trens nas estações da Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) não causou transtornos para quem optou pela condução no início da manhã desta terça-feira (16/3). Até às 9h, conforme uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), definida na audiência de conciliação ocorrida ontem, 60% dos trens (um total de 12), funcionaram.

Na estação Terminal Central, localizada na Rodoviária do Plano Piloto, os metroviários perceberam um fluxo menor de pessoas que passaram pela estação, em comparação a dias em que todos os trens funcionam. Por volta das 8h, o tempo de espera nas estações era de 15 minutos. Em dias normais os passageiros aguardariam apenas quatro minutos.

Pegos de surpresa
Daniel Macedo, 30 anos, não sabia que os trens do Metrô haviam voltado a funcionar parcialmente. O publicitário acordou cedo na expectativa de que ficaria muito tempo a espera do ônibus e preso em congestionamentos. No entanto, foi surpreendido ao ver que a estação Concessionárias funcionava nesta manhã.

Ontem, o percurso que Daniel faz para chegar ao trabalho durou cerca de duas horas. Hoje, a mesmo trajeto foi precorrido em 40 minutos. O publicitário não gostou da paralisação. ;Eu acho que eles estão querendo se aproveitando desse momento em que a cidade está fragilizada politicamente para conseguir que essas reivindicações abusivas sejam acatadas;, explica.

Paulo Rodrigues, 16 anos, também não concorda com a greve. Mas o motivo defendido por ele é outro. ;Eu não teria nada contra, desde que a greve não me atrapalhasse. O problema é que agora a gente pega o ônibus lotado, tem engarrafamento e ainda quebra. Quase que não consigo chegar no estágio hoje;, reclamou Paulo.

O estudante não sabia que os trens estavam funcionando parcialmente e optou por seguir de ônibus. ;Vi um pessoal saindo daqui da estação Central e vim ver se estava funcionando. Pelo menos vou poder voltar de metrô;, disse.

Gerson da Silva Melo, 45, afirmou não ter enfrentado dificuldades para chegar ao trabalho hoje. O servidor público não trabalhou ontem e viu no noticiário que o Metrô voltaria a funcionar parcialmente. ;O trem estava vazio hoje, consegui até vir sentado. Mesmo pegando o trem na estação terminal da Ceilândia, de onde sempre venho em pé;, contou.

O servidor concorda com a reivindicação dos grevistas. ;Acho que os funcionários têm que reclamar mesmo. Essa é a única forma de mudar alguma coisa. Mas também precisam ver o lado da sociedade. Nós dependemos deles para nos locomover;, argumentou.

A estudante Gabriele de Melo, 19 anos, também achou o movimento tranquilo. ;Em comparação aos outros dias está bem mais vazio;, disse. Ontem ela ficou mais de duas horas em um ônibus que sai de Águas Claras para o Plano Piloto. Para não se atrasar, hoje, Gabriele acordou cedo, mas acabou se adiantando. ;Quando cheguei na parada vi que o Metrô estava funcionado;.

Gabriela acredita que Águas Claras é uma das cidades mais afetadas com uma greve dos metroviários. ;Quase não tem ônibus dentro da cidade. Quem não tem carro depende exclusivamente do Metrô para se locomover;, contou.

Determinação
Durante a audiência de conciliação realizada entre o Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô/DF) e o Metrô-DF, nesta segunda-feira (15/3), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que os trens voltassem a funcionar parcialmente. De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô/DF, a ordem foi seguida e os passageiros não encontraram dificuldades.

A determinação do desembargador presidente do TRT, Mário Caron, define que os trens deveriam voltar aos trilhos. Entre 6h e 9h, o serviço deve funcionar com 60% (12 trens) da frota. Depois desse horário, o efetivo será reduzido para 30% (seis trens). Às 16h deve haver um aumento para 80% da capacidade do metrô e seguir assim até às 19h. Depois desse horário, o metrô seguirá com 30% dos trens até o fechamento, às 23h30.

Expectativa de acordo

Tanto a assessoria de imprensa do Metrô, quanto os representantes do sindicato esperam que a retomada da audiência de reconciliação haja um consenso. A reunião está marcada para esta terça-feira às 14h, na presidência do TRT. ;Nós vamos ao TRT essa tarde e tentaremos entrar em um acordo que possa beneficiar as duas partes;, explica o secretário de administração e finanças do Sindmetrô, Carlos Alberto Cassiano Silva.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação