Renato Alves
postado em 18/03/2010 21:50
Assim que tiver alta médica, o que deve ocorrer na manhã desta sexta-feira, José Roberto Arruda terá que voltar à Superintendência da Polícia Federal. A ordem partiu do ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele negou pedido de prisão hospitalar feito pelos advogados do governador cassado. Para o magistrado, os exames realizados pelo réu ontem não indicam que ele precisa de uma internação. Arruda deixou a sala da PF, no Setor Policial Sul, onde está preso desde 11 de fevereiro, para fazer exames cardiológicos. No Instituto do Coração do Distrito Federal (ICDF), no Cruzeiro, passou por cateterismo que identificou uma lesão arterosclerótica. À tarde, fez uma ecocardiografia com estresse farmacológico, para definir a opção de tratamento. Por recomendação médica, não retornou à PF.
Os advogados de Arruda tiraram cópia do resultado do cateterismo, assinados por dois médicos do ICDF, e anexaram ao pedido de prisão hospitalar do cliente, entregue ao STJ no fim da tarde. No documento, a defesa sustentou que o diagnóstico constatou a presença de lesão coronariana, cujo tratamento e recuperação exigem, também de acordo com expressa orientação médica, "evitação de qualquer tipo de estresse emocional, atividade física aeróbica leve e manutenção de tratamento da depressão, exigências estas incompatíveis com o ambiente carcerário".
A resposta de Fernando Gonçalves veio rápida. Em sua decisão, assinada no começo da noite, o ministro considerou que o documento médico "não indica a necessidade de imediata e pronta hospitalização, mostrando apenas a orientação a ser seguida". Quanto ao pedido de prisão domiciliar e de liberdade provisória, feitos terça-feira, após a cassação de arruda pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), Fernando Gonçalves determinou que o Ministério Público Federal seja ouvido.