postado em 20/03/2010 08:06
Os estudantes que receberam uma ;banana; do deputado Paulo Roriz (DEM) na sessão plenária da Câmara Legislativa na última quarta-feira revidaram ontem, deixando uma penca da fruta no gabinete do parlamentar. Eles também protocolaram uma reclamação formal, pedindo a abertura de ação por quebra de decoro por parte do distrital. Mas não conseguirão dar andamento ao processo, pelo menos até acertarem o nome do acusado no pedido de cassação. O grupo protocolou ontem na Casa uma denúncia contra Pedro Roriz, e não Paulo Roriz.O equívoco provavelmente invalidará o pedido. O advogado dos manifestantes e autor da petição, Gilson dos Santos, disse que notou o ; erro só depois de ter apresentado o pedido na Câmara; e prometeu entregar um novo documento na próxima terça-feira.
;Palhaços;
Na sessão do último dia 17, os manifestantes colavam cartazes com críticas à atividade parlamentar no vidro da galeria do plenário, quando Paulo Roriz pediu no microfone que fossem retirados da Casa. Ao fazer isso, o deputado chamou o grupo de ;palhaços;. Sérgio Costa, 28 anos, um dos participantes do protesto, usava um nariz vermelho de palhaço no momento do desentendimento. Segundo o deputado, Sérgio fez um gesto obsceno para ele, e para revidar, Roriz fez o gesto da ;banana; com os braços.
A defesa dos estudantes negou que tivesse havido uma provocação por parte dos garotos. ;Ele que prove isso. A sessão foi filmada. O gesto que o deputado fez não agride só os manifestantes, mas toda a sociedade, porque a Câmara é a Casa do povo;, afirmou Gilson. O pedido de cassação de mandato foi sustentado com base no Código de Ética da Câmara.
Um dia depois do episódio, Paulo Roriz pediu desculpas aos parlamentares e admitiu que cometeu um excesso na Casa. Mas disse que agiria novamente daquela forma ;se ele ou a família dele fossem ofendidos;. ;Eu me arrependi do que fiz, foi desnecessário, mas o garoto estava me provocando. Não sou de levar desaforo para casa;, justificou o distrital. A assessoria de imprensa do parlamentar não comentou sobre a tentativa de abertura do processo de cassação nem sobre a entrega do cacho de bananas.