Cidades

Arruda não deve ir para a Papuda

postado em 25/03/2010 08:21
Mesmo com a perda do foro privilegiado, o ex-governador José Roberto Arruda dificilmente deverá ir para a ala da Polícia Federal na Papuda, onde estão Weligton Moraes, Rodrigo Arantes, Haroaldo Brasil, Antônio Bento e Geraldo Naves, outros cinco suspeitos de atrapalhar as investigações da Operação Caixa de Pandora. Autoridades do governo federal avaliam que uma transferência poderia causar problemas, inclusive a possibilidade de haver rebeliões em outras alas.

Segundo avaliação da área de inteligência federal, por ter sido governador, a remoção de Arruda para a Papuda poderia tornar a situação interna tensa. ;O local onde ficam os presos federais é separado dos demais, mas fica dentro do sistema. Isso pode se tornar perigoso;, afirma uma fonte do Ministério da Justiça. ;Mas tudo depende da decisão das autoridades do Judiciário;, acrescenta. Com isso, o ex-governador seria transferido da sala do Comando de Operações Táticas (COT), na Superintendência da PF, para um setor onde ficam os detentos provisórios. Isso seria um problema para a PF, já que não há fornecimento de alimentação, o que teria que continuar sendo feito por seus familiares.

Quadro clínico
O quadro depressivo apresentado por Arruda sofreu poucas alterações no último mês. Foi o que mostrou a avaliação psicológica feita por uma médica psiquiatra da Polícia Federal. A mesma especialista já havia avaliado o ex-governador no último dia 1;. O laudo da nova análise, feita na última segunda-feira, foi entregue pela PF ao médico pessoal de Arruda, o cardiologista Brasil Caiado. A psiquiatra manteve a mesma dosagem e medicação para controlar o quadro de depressão do ex-governador.

Segundo Caiado, Arruda estaria mais apático, quieto e desinteressado. ;A única alteração mais significativa, com relação à primeira avaliação, são as grandes oscilações de humor apresentadas;, destacou. De acordo com o médico, o acompanhamento de Arruda, a partir de agora, será apenas para avaliar os efeitos das medicações. ;Seguimos o tratamento clínico com a supervisão cardiológica e psiquiátrica;, disse Caiado. O resultado da avaliação médica do governador cassado, feita por dois profissionais do STJ na última terça-feira, ainda não foi divulgado.

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