Luiz Calcagno
postado em 25/03/2010 09:48
Apesar da decisão dos metroviários de cruzar totalmente os braços a partir da manhã desta quinta-feira (25/3), houve quem, sem saber da paralisação total das atividades, procurasse as estações do Metrô logo cedo. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) informa que, mesmo sem trens circulando, as 23 estações estão abertas. Há vigilantes nos portões para informar aos usuários a ausência do serviço.
Tempo perdido
Nas Estações Ceilândia e Samambaia, a movimentação foi menor do que o normal, mas algumas pessoas foram às estações e ficaram surpresas com a falta de trens esta manhã. É o caso de Simone Sousa Araújo, 24 anos, doméstica, que optou pelo ônibus aos saber da paralisação. "Pego o metrô todos os dias. Ontem tinha trem, mas não consegui pegar. E hoje está fechado".
Para Jeferson Miguel Barbosa, 25 anos, a falta de trens gera mais gastos. ;Trabalho no período noturno e uso o metrô para voltar pra casa. Hoje tive que pegar dois ônibus, porque está tudo parado".
Negociações
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF), Solano Teodoro da Trindade, a paralisação total foi motivada pela decisão do governo de retirar a proposta de 13% de aumento para os funcionários da manutenção. ;Nosso intuito é reabrir as negociações com o GDF;.
O sindicato pretende recorrer, esta tarde, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) da liminar que determina o pagamento de uma multa de R$ 100 mil por dia pelo descumprimento da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A determinação estipula que o Metrô funcione com 60% da capacidade entre 6h e 9h; com 80% das 16h às 19h; e 30% nos demais horários. ;80% de funcionamento não é greve;, destacou o coordenador-geral do Sindicato.
Reivindicações
Outra assembleia, marcada para 20h, vai avaliar as consequências da greve geral. ;A categoria só quer ser ouvida e quer as reivindicações atendidas;, destacou Solano Trindade. O local do encontro ainda não foi definido, mas deve ocorrer ou na Praça do Relógio, em Taguatinga Centro, ou em frente ao Palácio do Buriti.
Entre as principais reivindicações da categoria estão: reajuste salarial de 60%; aumento do auxilio-alimentação para R$ 30/dia; gratificação de 30% para funcionários da operação e manutenção; e aumento do auxílio-creche de R$ 115 para R$ 300.