A cena foi vista por manifestantes que se reuniram em frente ao STF para um abraço simbólico contra a intervenção no Distrito Federal (DF). Os poucos manifestantes que se dispuseram a vir sob a forte chuva que atinge o centro de Brasília nesta tarde se abrigaram em frente à Corte, uma vez que as laterais do prédio foram interditadas com fitas de segurança.
O protesto foi liderado pela Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), com o apoio de outras 53 entidades, como associações de comerciantes, empresários e trabalhadores, partidos políticos e sindicatos.
No manifesto entregue ao presidente eleito do STF, Cezar Peluso, as entidades dizem reconhecer ;a gravidade da crise institucional; que abala o DF desde a revelação de um suposto esquema de corrupção envolvendo autoridades do governo, deputados distritais e empresários, mas ressaltam que não houve alteração na prestação de serviços do governo do DF que ;justifique a drástica medida de intervenção federal;.
;Repudiam, portanto, o pedido de intervenção federal, que no atual momento da história do Distrito Federal seria inconstitucional por representar um ato de violência contra o pacto federativo e contra todos os cidadãos que moram e trabalham em Brasília. Seria um retrocesso à democracia tão duramente conquistada;, diz o manifesto.
Para o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo, a depender do viés a ser adotado por um eventual interventor, Brasília sofrerá as consequências da paralisação de obras e da redução da atividade econômica.
;A crise é concentrada em pessoas;, disse Caputo, negando que a Câmara Legislativa esteja ;contaminada;, como sustenta o Ministério Público no pedido de intervenção federal protocolado no Supremo. ;Nem tudo que o Ministério Público alega confere com os dispositivos legais.;