Cidades

Durval Barbosa afirma que não aguentava mais os "achaques" de Arruda e Paulo Octávio

Adriana Bernardes
postado em 30/03/2010 12:28

Durval no depoimento à CPI da Câmara Legislativa: ;Se preparem, o rolo compressor nem começou. Quem tiver culpa e quiser dizer alguma coisa...;. Essa foi uma das declarações dadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan, que começou às 10h35 desta terça-feira (30/3) e durou cerca de 40 minutos. Apesar das afirmações, o depoente não abdicou do direito de permanecer calado diante das perguntas dos parlamentares.

[SAIBAMAIS]Autor das denúncias que desencadearam a Operação Caixa de Pandora, Durval se manteve firme no direito de não responder a perguntas, mesmo com uma solicitação de Batista das Cooperativas (PRP), um dos integrantes da CPI, para que abrisse mão do habeas corpus concedido na segunda-feira pelo desembargador Mário Machado. "Já prestei mais de 40 depoimentos a entidades em que realmente confio. A sociedade está ansiosa para ouvir o Arruda, o P.O., os assessores e deputados envolvidos. Não gostaria de entrar em contenda. Estou sob compromisso, não aqui, mas lá fora. E não sou homem de quebrar compromissos. Tive coragem de me autoincriminar porque não aguentava mais os achaques do Arruda, do Paulo Octávio e de quem mais tinha alguma coisa a ver. Não vou abdicar a esse direito."

Esta é a segunda vez que a CPI tenta ouvir o ex-secretário. Um depoimento marcado para 26 de janeiro foi adiado a pedido de Durval. A esse respeito, o ex-secretário destacou que não compareceu porque a Casa estava sem presidente, assim como as comissões.

Reguffe (PDT) e Paulo Tadeu (PT), também integrantes da CPI, destacaram que Durval tem prestado um grande papel à sociedade com as denúncias que fez. A esse respeito, o acusado respondeu: "Nunca vou me orgulhar disso. Hoje sou um preso mais preso do que quem está encarcerado". Atendendo à solicitação de Tadeu, Barbosa ratificou todos os depoimentos já prestados à Polícia Federal, à Justiça Federal e ao Ministério Público local.

Batista das Cooperativas discordou dos elogios dirigidos pelos colegas ao depoente. O parlamentar afirmou não achar Durval um herói e que ele não deveria ser tratado como tal. "Eu repudio a presença do senhor aqui calado e, se tivesse poder, eu não cumpriria a decisão judicial (concessão dada a Durval para permanecer calado)", afirmou o distrital.

O depoente ressaltou que não pretende ser tratado como herói. "Eu me autoincriminei e isso é gravíssimo. Só quis me colocar numa situação diferente da que estava. Se contrariei interesses de alguém..."

Ao fim do depoimento, por volta das 11h15, Durval agradeceu aos membros da comissão. Além disso, destacou o importante papel de sua namorada. "Quero agradecer especialmente à Kely, minha namorada. Ela, além de Deus, tem me dado sustentação."

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