Cidades

Operação Shaolin prende cinco suspeitos de desviar R$ 2 milhões do Ministério dos Esportes

postado em 01/04/2010 12:35

Cinco pessoas estão presas na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitas de participar de desvio de dinheiro repassado pelo Ministério do Esporte. O policial militar João Dias Ferreira, Demis Demétrio Dias de Abreu, Flávio Lima Carmo, Miguel Santos Souza e Eduardo Pereira Tomaz foram detidos às 6h da manhã desta quinta-feira (1;/4) por agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, numa operação chamada Shaolin, que tem a participação do Ministério Público do DF.

O grupo, que era liderado pelo PM, falsificou 49 notas frias para retirar o dinheiro repassado pelo Ministério dos Esportes a entidades sociais conveniadas com o Programa Segundo Tempo do Governo Federal. A verba aproximada, ao longo de três anos (2006/07 e 08), foi de R$ 3 milhões. O dinheiro seria destinado a programas sociais, em atividades esportivas para 10 mil atletas carentes de núcleos situados em Sobradinho, mas pouco menos de R$ 1 milhão foi realmente destinado a eles.

Fachada da academia This way Fitness, em Sobradinho, de propriedade do soldado da PM João DiasO derrame de verba pública saia da Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e da Associação João Dias de Kung-Fu, Esportes e Fitness. Esta última é uma organização não-governamental e leva o nome do soldado da 10; Companhia de Polícia Militar Independente. Ele é dono de duas academias em Sobradinho: Thisway Fitness e Wellness Ltda., usada para lavar dinheiro desviado, situada no primeiro piso do Sobradinho Shopping.

Além das academias, os agentes cumpriram mandandos de busca e apreensão, autorizados pela 3; Vara Criminial de Brasília, nas residências dos acusados, entre elas, na luxuosa casa onde reside o casal João Dias e Ana Paula Oliveira de Faria, 33, também apontada como integrante da quadrilha. O imóvel do PM fica num condomínio luxuoso de Sobradinho e foi arrestado pela Justiça.

A investigação surgiu em junho de 2008 com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no escritório de um dos apontados no esquema: o contador Minguel Santos Souza, 54, situado na 711 Norte. Na ocasião, os policiais localizaram 49 notas fiscais emitidas pelas empresa Infinita e Serviços Gerais Ltda. e JG Comércio de Alimentos Preparados e Serviços Gerais Ltda. administradas por Miguel. Os documentos foram emitidos em favor da Febrak e da Associação João Dias de Kung-Fu. Elas descreviam a venda de kimonos da luta marcial, jogos de xadrez, dominó, dama, varetas e gêneros alimetícios no valor de R$ 1.999.850,58. Foram apresentadas na prestação de contas ao Ministério dos EsportesApós análise na Seção de Perícias Contábeis do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriram que tais notas eram consideradas frias.

Segundo a PCDF, as duas entidades receberam um total de R$ 2.962.998 milhões do convênio com o Programa Segundo Tempo do Ministérios dos Esportes. Destes, o grupo do soldado João Dias é acusado de desviar R$ 1.999.850,58 milhão. Os acusados estão detidos por força de um mandado de prisão temporária com validade de cinco dias. Mas, com o avanço das investigações, pode ser que a pena provisória dobre ou até seja comutada para uma preventiva de 30 dias.

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