postado em 07/04/2010 19:38
Os 96 técnicos de manutenção da Companhia Energética de Brasília (CEB) não chegaram a um acordo com a diretoria da empresa após negociações nesta quarta-feira (7/04), e decidiram manter paralisação iniciada na segunda-feira (5/04). [SAIBAMAIS]A categoria briga desde novembro do ano passado para manter o benefício da jornada de trabalho diária reduzida, de seis horas. Até o final de março, eles trabalhavam em regime de revezamento de equipes nos turnos matutino e vespertino. Desde o final de 2009, entretanto, quando foi negociado o reajuste salarial dos técnicos, a diretoria da empresa tenta fazer trabalhadores voltarem à carga horária de oito horas prevista na lei que regula a atuação da estatal.
Inconformados, os trabalhadores pediram dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT-10), que tem jurisdição sobre o Distrito Federal. No último dia 25, o tribunal optou por extinguir o processo, levando em conta a premissa constitucional de que, caso uma das partes não queira pedir o dissídio, não pode haver julgamento. Após a decisão, a CEB interpretou que poderia alterar os horários. A medida foi recebida com indignação pelos técnicos, que são 96 do total de 670 funcionários da empresa.
"A gente não tem reivindicação financeira, política, nada. Só queremos que seja mantido o nosso horário, que foi objeto de acordo", afirmou Jeová Pereira de Oliveira, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF). Ele e outros técnicos de manutenção participaram de manifestação ontem diante do portão lateral do edifício- sede da CEB, no trecho 1 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
Ás 11h30 de hoje, conseguiram ser recebidos pela diretoria da empresa e saíram da reunião de uma hora e meia com uma proposta de acordo, que foi rejeitada por votação em assembleia. Estava previsto um segundo encontro entre grevistas e a empresa, para as 16h, mas ele não chegou a acontecer. Os trabalhadores optaram por não ir à reunião porque, de acordo com o sindicato, ela serviria para formalizar a proposta que não foi aceita.
De acordo com o diretor de operações da CEB, Hamilton Naves, a proposta partiu do próprio Stiu-DF. Os trabalhadores afirmam que ela foi "construída" em conjunto pelas partes. Naves afirmou que a companhia energética exigirá que seja mantido o percentual mínimo de 30% de trabalhadores previsto em lei durante a greve e que aguarda um novo contato. Ele afirma que a diretoria da estatal estará atenta durante a paralisação para que a população não sofra transtornos.