Guilherme Goulart
postado em 09/04/2010 08:44

No início de março, foi sondada a possibilidade da entrega parcial da obra, visando a manutenção da solenidade de reinauguração do Palácio do Planalto(1) para o dia das comemorações do cinquentenário da capital do Brasil. A ideia era abrir o térreo e os andares superiores do prédio, onde serão instalados o gabinete do presidente Lula e o primeiro escalão do governo. Somente 30 ou 40 dias após a inauguração parcial do empreendimento, o resto do projeto seria concluído.
A reforma do edifício segue sob responsabilidade da Construtora Porto Belo. Os cerca de R$ 88 milhões investidos na obra incluem a restauração da estrutura principal, a substituição das instalações hidráulica e elétrica e a atualização do sistema de ar condicionado. As casas de máquinas, geradores e outros equipamentos essenciais ao funcionamento do prédio estarão prontos em 21 de abril. Entre os principais motivos do atraso está a modificação da planta do subsolo, que deve ser feita para permitir a instalação de postos de trabalho anteriormente situados nos andares superiores.
Disputa judicial
Outra dificuldade é a reforma do sistema de ar condicionado. A troca dos equipamentos motiva uma batalha judicial. A empresa Frioterm da Amazônia, fabricante da marca Mitsubishi, apelou à Justiça para evitar a substituição dos aparelhos. Isso porque a Porto Belo optou por outra marca e os da Mitsubishi estavam previstos na proposta de preços, no valor de R$ 11,7 milhões. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, suspendeu a liminar do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1; Região que vetava a instalação dos equipamentos escolhidos pelo governo.
Apesar dos problemas, a reforma do Palácio do Planalto continua em ritmo acelerado. Os móveis já foram comprados, mas a instalação só poderá ser feita após a conclusão das obras. A ideia original previa a construção de salas de trabalho com mesas padronizadas, capazes de acomodar maior quantidade de funcionários. O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no entanto, vetou a proposta. Exigiu a colocação das antigas mesas de madeira ; que assim como Brasília completam 50 anos em 2010 ; como consta no plano inicial. Um painel de azulejos de Athos Bulcão também será recolocado no edifício.
1 - Monumento
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o palácio da Presidência da República começou a ser construído em 10 de julho de 1958. A inauguração ocorreu no mesmo dia de Brasília, em 21 de abril de 1960. O prédio conta com 36 mil metros quadrados, divididos em quatro andares.