Cidades

Depoimento de possível futura vítima de Admar foi determinante, destaca delegado da PF

postado em 12/04/2010 11:55
Em coletiva na manhã desta segunda-feira (12/4), o delegado-chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Wesley Almeida, destacou que o depoimento de uma possível futura vítima de Admar de Jesus foi determinante para a prisão do criminoso e localização do que seriam os corpos dos seis jovens desaparecidos em Luziânia. O menino (confira, no Saiba Mais..., entrevista do jovem ao Correio) chegou a ser aliciado pelo acusado, mas conseguiu se desvencilhar.

[SAIBAMAIS]O rapaz reconheceu uma foto do assassino confesso, em depoimento prestado, na última quinta-feira (8/4). Isso foi determinante nas investigações, já que ninguém viu as abordagens e poucas informações foram recebidas pelo Disque Denúncias, ressaltou o delegado.

O delegado não fez nenhuma revelação nova sobre o caso. Wesley Almeida afirmou não ter conhecimento do laudo que obrigava o acusado de matar os seis jovens desaparecidos em Luziânia a ter acompanhamento psiquiátrico após deixar a prisão. Para o delegado, isso é uma questão da Justiça. Admar de Jesus foi preso em 2005 acusado de violentar duas crianças. Antes de ser liberado, ele passou por uma avaliação de sanidade que o apontou como detentor de um perfil psicopata.

Almeida conta que algumas pessoas da família de Admar foram detidas e liberadas após prestar esclarecimentos. A irmã, o cunhado, o sobrinho e um amigo do assassino confesso falaram à polícia sobre a relação deles com Admar de Jesus. Wesley Almeida voltou a negar que a irmã do acusado estivesse com o celular de uma das vítimas.

Segundo o delegado, reconstituições do núcleo familiar, buscas na cidade e cruzamento de dados foram essenciais nas investigações. Almeida contou como o grupo de suspeitos se restringiu. De acordo com ele, primeiro começaram a ser investigadas pessoas que haviam cometido crimes semelhantes a esse e já haviam saído da prisão. Por isso, destacou Wesley Almeida, há algum tempo as atenções já estavam voltadas para Admar de Jesus. Um retrato falado do suposto aliciador dos seis jovens batia em 70% com a realidade, assegura o delegado.

Os corpos encontrados no fim de semana estão no Instituto Médico Legal (IML). Ao todo, sete peritos da PF e cinco da Polícia Civil de Luziânia realizam os exames que apontarão a identidade dos mortos. Em conversas informais com o delegado, os peritos destacaram que o laudo do DNA deve sair em cerca de 15 dias.

A linha de investigações da PF descarta a hipótese que uma terceira pessoa esteja envolvida na morte e ocultação dos corpos. Segundo o delegado, o depoimento da provável futura vítima do acusado ajuda a descartar a presença de comparsas.

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