postado em 15/04/2010 08:18
A consulta feita pelo deputado distrital Milton Barbosa (PSDB) divide a opinião dos postulantes ao cargo de governador do Distrito Federal na eleição indireta do próximo sábado. O que confirma o panorama de indefinição entre os deputados.O candidato que se mostrou mais radical à flexibilização das chapas foi o distrital Aguinaldo de Jesus (PRB). Ex-secretário de Esporte do governo Arruda, disse que não foi informado sobre a consulta de Barbosa e não aceita alteração das regras a dois dias da eleição. ;Se fosse para o segundo turno, tudo bem, mas a mesa diretora da Câmara já determinou as regras. Se trocar no meio do jogo vai ser complicado;, afirmou. Ele garantiu que, mesmo se autorizada pelo presidente Cabo Patrício, sua chapa não seria alterada. ;Para mim, não mudaria nada, porque eu já estou fechado com o Roberto Vagner;, confirmou.
Já o peemedebista Rogério Rosso, cabeça da chapa que tem Ivelise Longhi como vice, acredita em avanço caso a consulta de Barbosa seja confirmada pela mesa diretora da Câmara Legislativa. ;O entendimento entre os partidos é salutar, não vejo qualquer dificuldade neste ponto;, opinou. ;Quanto mais (os partidos) se entenderem, melhor para Brasília;, acrescentou. Por outro lado, o ex-presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) crê que a mudança constante das regras pode ser nociva à eleição indireta.
Luiz Felipe Ribeiro Coelho (PTB) se julgou incapaz de medir a dimensão da medida. ;Sou uma peça fora do processo político, não tenho como medir o alcance dessa decisão;, alegou. Ex-presidente da seccional candanga da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Coelho prefere observar a polêmica de cima do muro. ;Não me posiciono contra nem a favor da flexibilização. É uma ideia nova e espero que a Câmara Legislativa tenha uma alternativa menos dramática, longe do velho esquema carcomido, independentemente de partidos políticos;, ponderou.
Coelho foi o responsável por uma das principais mudanças na regra da eleição indireta. Filiado há menos de um ano ao PTB, o advogado não preenchia pré-requisito da legislação eleitoral e sua candidatura seria impugnada. Porém, a mesa diretora da Câmara flexibilizou a exigência para participação do pleito de sábado.
Precedente
Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, cujo nome foi cogitado como candidato do PSDB, disse que a flexibilidade na eleição é passível de correção na Justiça. ;Permitiu-se que um candidato com menos de um ano de filiação no partido participe da eleição, então abriu-se um precedente e a decisão deveria se estender aos demais;, defendeu Corrêa, ligado ao PSDB desde setembro. ;Mas é bom esclarecer que nunca me apresentei como candidato, aventaram meu nome. Não vou tomar iniciativa, é problema do partido;, concluiu.