Luiz Calcagno
postado em 15/04/2010 09:01
Assaltos a comércio, roubos em residências, à mão armada e até com restrição de liberdade. Essas são algumas das histórias que moradores e trabalhadores das QNGs, em Taguatinga Norte, têm para contar. De acordo com a população e com os comerciantes, falta segurança na região. Dois problemas são apontados como críticos: a baixa presença da Polícia Militar na área e uma praça na QNG 34, ponto de encontro de traficantes e usuários de droga.A aposentada Maria Barbosa de Carvalho, 58 anos, faz parte dos moradores que foram alvos de marginais. Ela foi abordada por um homem com roupa de policial em um carro cinza, próximo à entrada da QNG 34. Ele conhecia detalhes de sua família e disse que a filha de Maria estava em trabalho de parto. Ela entrou no carro preocupada, mas, em seguida, viu que tinha caído em uma cilada. Maria teve roubados os R$ 450 que havia sacado no banco. ;Rodaram comigo por quase três horas até que eu consegui fugir do carro;, lembrou.
Outra moradora, que não quis se identificar, sofreu uma tentativa de assalto em frente à própria casa, de manhã cedo, no início de março. ;Eu estava saindo de carro. Quando vi que eles se aproximavam, corri para dentro de casa. Um deles correu atrás, mas eu gritei por socorro e minha mãe o empurrou para fora. Minha mãe também sofreu uma tentativa de assalto no ano passado, mas ela gritou e reagiu, e eles preferiram ir embora;, contou.
O proprietário de uma panificadora local, que também não quis se identificar, reforçou o esquema de segurança do estabelecimento. Segundo ele, este ano, a padaria ;ainda não foi assaltada;, mas, em 2009, ele perdeu as contas. ;O problema maior é a pracinha, que é onde os marginais se reúnem. Não quero dar o nome do meu comércio porque tenho medo de represálias. Eles vêm em cima depois;, contou.
Sem ocorrências
Apesar das reclamações dos moradores e de comerciantes, a 17; Delegacia de Polícia só registrou uma ocorrência na área entre março e abril. O delegado-chefe da DP, Vivaldo Neres, acredita que registros de crimes na região estejam dentro da normalidade. Para ele, como as histórias se espalham rápido, a população sofre uma sensação de insegurança. ;O fato é que, se a pessoa sofre um assalto, tem que registrar ocorrência. Temos regiões bem mais críticas;, alertou.
O comandante de Policiamento da PMDF, coronel Ricardo da Fonseca, também chamou a atenção da população para o registro de ocorrências. Ele alertou para o fato de que, muitas vezes, o policiamento preventivo da PM é feito sobre as estatísticas da Polícia Civil. Não temos como deixar uma viatura em cada rua. A população precisa registrar ocorrência;, concluiu.