Cidades

Apuração dos crimes em Luziânia segue sob sigilo

postado em 16/04/2010 08:20
As investigações sobre o desaparecimento dos seis jovens de Luziânia serão conduzidas em silêncio daqui para frente. O juiz Romero Cordeiro, da 1; Vara Criminal de Luziânia, responsável pela comarca, decretou segredo de justiça ao inquérito, mas somente ontem o delegado Juracy José Pereira, da 1; Regional de Goiânia, recebeu a notificação assinada pelo magistrado. ;Não posso mais falar nada;, alegou Juracy, em entrevista coletiva na 5; Delegacia Regional da cidade.

Mesmo impedido de dar informações, o policial confirmou que, para ele, o caso envolvendo o desaparecimento dos seis jovens, está encerrado. ;Tem coisa mais contundente do que ele (Ademar) apontar o local onde enterrou os corpos? Tem prova maior do que os pertences encontrados na casa do acusado?;, enumerou. ;O Ademar matou aqueles jovens;, afirmou.

Por enquanto, as investigações se concentrarão no depoimento do acusado e, principalmente, no resultado do exame de DNA, que irá identificar quem são os donos dos ossos encontrados, domingo último, na Fazenda Buracão. ;Por enquanto, não tem relevância o fato de o nome dele (Ademar) estar escrito errado;, disse.

Sobre a necessidade de haver reconstituição do crime, Juracy não quis afirmar se a encenação terá data para ocorrer. ;O depoimento dele é contraditório. Mas isso não nos obriga a fazer uma reconstituição, pois o que nos interessa é justamente o resultado do DNA para comprovar aquilo que ele falou anteriormente: que os corpos são das seis vítimas;, afirmou. ;Mas nada impede a gente solicitar uma reconstituição, caso seja necessário esclarecer melhor algumas dúvidas;, admitiu o policial.

O que falta descobrir:


Cúmplices
Existe a possibilidade de Ademar ter recebido ajuda para cometer os homicídios. Uma testemunha revelou ter escapado de uma abordagem feita pelo suposto assassino. Na ocasião, o pedreiro estaria em companhia de outro homem.

Outros delitos
A Polícia Civil de Goiás vai cruzar o nome do acusado com o sistema nacional da polícia. Há a suspeita de que ele tenha cometido outros crimes no Brasil. Policiais civis e federais também farão levantamento nos vários locais onde o acusado viveu.

A morte da mulher

Ademar disse que ela morreu em um terreiro de macumba na Bahia, do qual a sogra seria a dona. A pressão para que ele participasse dos rituais teria sido responsável pela separação do casal. Segundo o pedreiro, a morte ocorreu na época em que ele morava em Brasília.

O motivo

O pedreiro fala de aversão por sexo (por ter sido estuprado) e morte por encomenda (dinheiro). A segunda alternativa se baseia na versão de que George Rabelo, uma das vítimas, teria oferecido R$ 5 mil para matar os demais devido a dívidas de drogas. A polícia goiana admite que talvez nunca descubra os reais motivos de Ademar para os seis assassinatos.

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