Cidades

OAB nacional e procurador-geral defendem intervenção

Juliana Boechat
postado em 17/04/2010 20:00

Após o anúncio da vitória de Rogério Rosso como governador tampão do Distrito Federal, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, reforçou a posição da entidade favorável à intervenção federal.

Ele disse que, embora não conheça o governador eleito, a história política de Rosso, ligada aos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, impõe "o benefício da dúvida".

Cavalcante defende uma auditoria nas contas e contratos hoje existentes no governo do DF. "É preciso colocar os gastos do governo na internet em tempo real, a fim de que a sociedade de Brasília saiba o que foi feito com os seus impostos e passe a acompanhar o que será feito", comentou.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não se pronunciou depois do resultado das eleições indiretas. Durante o dia, porém, voltou a dizer que também é favorável à intervenção federal. "Essa é uma eleição sem nenhuma legitimidade, absolutamente sem nenhuma legitimidade", disse, referindo-se ao pleito para eleger o governador-tampão.

"O colégio eleitoral é formado, em grande parte, por parlamentares envolvidos em esquema criminoso que levou à queda do governador José Roberto Arruda", completou. Apesar das críticas, o procurador-geral reconheceu que, do ponto de vista legal, não havia problemas no pleito.

Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares, a eleição indireta é um equívoco. "Os poderes Legislativo e Executivo estão contaminados por atos de corrução. Não tem como restaurar a moralidade de um processo como este", disse.

Desde o início da crise política no DF, a entidade defende a intervenção federal. "Entendemos que a intervenção é um ato de força e não é democrático, mas, infelizmente, não enxergo outra medida para restaurar a modalidade, a não ser a intervenção", argumentou.

Um dos problemas identificados por Mozart nas eleições indiretas é o fato de deputados que estavam presos até esta semana por suposto envolvimento no esquema de corrupção terem escolhido, no fim da tarde deste sábado, o novo governador.

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