Cidades

Homem que matou menina de seis anos é preso após quatro meses foragido

Luiz Calcagno
postado em 20/04/2010 12:34
A Polícia Civil prendeu, na última segunda-feira (19/4), Marcelo Barbosa Soares, 19 anos, conhecido como Gargamel. Ele é acusado de matar, com um tiro de espingarda calibre .12, a menina Darlla Dutra Rodrigues, de apenas 6 anos, no dia 8 de dezembro do ano passado. Poucos dias após o fato, a polícia já procurava pelo acusado, mas ele só foi preso, quatro meses depois. De acordo com o delegado-chefe da 32; Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), Onofre Morais, a demora na prisão ocorreu porque Marcelo não tem residência fixa, e circular por diversas casas no DF e Entorno.

Marcelo foi preso por volta de 10h30, em uma praça na Quadra 509 do recanto das Emas. Onofre explicou que ele recebia apoio de amigos e familiares em Ceilândia, Recanto das Emas, Setor de mansões Park Way e Pedregal. "Ele tem muitos parceiros e é de alta periculosidade. As pessoas tem medo de prestar informações sobre ele. Até mesmo a comunidade teve medo. Só que nós começamos a monitorar todos esses locais, o que culminou com a prisão dele", explicou.

O acusado alegou em depoimento que atirou em Darlla no escuro. Ele teria visto só os cabelos da menina, e por isso pensou que fosse a mãe, a cabeleireira Carla Dutra, 31. De acordo com Marcelo, Carla teria incitado uma testemunha a depor contra ele no assassinato de Luiz Magno Silva, 25, conhecido como Monga, em 2008. "Eu a vi na cama, e achei que fosse a mãe. Só vi que era a criança pelos jornais. Entrei em desespero. Minha intenção não era matar a criança", disse Marcelo.

Gargamel era uma das pessoas mais procuradas pela 32; Delegacia de Polícia. Segundo agentes, existem gravações em que o bandido jura matar os investigadores. Onofre afirmou ainda que, após o assassinato de Darlla, Marcelo assassinou um desafeto conhecido apenas como Silas, no Pedregal (GO), e teria assassinado um parceiro, Tiago Sousa Pereira, 18, morador do Recanto das Emas. "Ele nega a morte de Tiago, mas eles praticaram dois roubos em Samambaia e depois a vítima foi encontrada morta em uma área de cerrado", disse Onofre.

Marcelo matou, pelo menos cinco pessoas, sendo três enquanto ele era menor. Se condenado pela morte de Darlla, ele pode pegar até 30 anos de prisão. A polícia investiga a morte de Tiago e Silas. Onofre ressaltou que a 32; DP está fechando o cerco contra homicidas na região. De janeiro a abril de 2009, foram registrados 16 assassinatos na parte sul da cidade. Nesse ano, o número caiu para 10. "Do ano passado para cá prendemos quatro responsáveis por 23 homicídios", afirmou.

Dor e medo

A mãe de Darlla e a tia da menina, Elen Dutra, 34, dizem viver com medo. Desde o assassinato, mudaram três vezes de casa, e ainda recebem ameaças por telefone de comparsas de Gargamel. Carla ficou sabendo da prisão do assassino pela mãe dela. "Nós ficamos mais tranquilos. Mas não completamente. Ele já mandou recados ameaçando matar a mim, o meu irmão e meu padrasto, e disse que não se arrependia de ter matado minha filha", contou.

Carla nega conhecer a testemunha que teria sido influenciada por ela a depor. A mãe insiste, ainda, que nunca conheceu Marcelo. Elen contou que foi ela quem encontrou o corpo da sobrinha após o assalto. O tiro teria sido abafado por um travesseiro e a porta do quarto estava fechada, então os parentes se deram conta do crime. "Ela ainda estava com o dedinho na boca. Estranhei, porque o corpinho dela estava duro. Quando acendi a luz é que vi", lembrou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação