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Comércio cresce 7,05% em março

Setor cresce 7,05% no mês passado, em comparação a fevereiro. O segmento de veículos puxou o resultado, com um aumento de 23,8% nas vendas

Helena Mader
postado em 21/04/2010 08:35
Alavancado pelas vendas de carros novos, o desempenho do comércio surpreendeu até mesmo os lojistas da cidade. Os negócios cresceram 7,05% em março, em comparação ao mês anterior. O setor de concessionárias de veículos foi o grande responsável pelas estatísticas positivas. O desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis acabou em 31 de março, o que levou milhares de consumidores às lojas de carros nos últimos dias do prazo. As concessionárias venderam em março 23,8% mais do que em fevereiro e foram o segmento com melhor desempenho nesse período.

A redução de IPI para carros novos propiciou uma redução de cerca de 4% no preço final dos automóveis. O presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do DF, Ricardo Lima, conta que março foi um mês histórico para o setor. ;As pessoas resolveram antecipar a compra para poder aproveitar os últimos dias de imposto mais baixo;, explica Ricardo. Ele destaca que algumas concessionárias ainda têm unidades com IPI reduzido.

O crescimento dos negócios no comércio de Brasília também é observado quando se compara as vendas registradas no mês passado a igual período do ano anterior. Os lojistas venderam 8,81% a mais em março de 2010 em relação a março de 2009. Para o presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio), Adelmir Santana, esse dado é o mais representativo. ;Isso mostra que, apesar da crise política e dos problemas graves que enfrentamos recentemente, a economia da cidade continua aquecida e em crescimento.;

Depois do segmento de venda de veículos novos, os setores que mais cresceram em março último foram o de tecidos, com aumento de 15,12% nas vendas, e o de autopeças, cujos negócios aumentaram 10,15% no período. Para o presidente do Sindicato do

Comércio Varejista de Autopeças, Oscar Perné, o fato de o setor estar aquecido tem relação com a expansão dos negócios nas concessionárias. ;O número de venda de carros zero quilômetro tem crescido bastante nos últimos anos. Depois de dois, três anos de uso, é normal que comece a haver desgaste de componentes e a troca de peças;, afirma Perné. ;A performance do nosso setor deve acompanhar a venda de carros novos;, acrescenta.

Emprego
Além do aumento de vendas, o comércio também registrou outro índice positivo: o nível de emprego nas lojas da cidade cresceu 3,62% no mês passado em relação a fevereiro. Com os negócios em alta, a maioria dos comerciantes contratou funcionários para o seu quadro de pessoal, o que impulsionou o nível de emprego. Esse índice havia sido negativo nos dois meses anteriores. O segmento com maior crescimento proporcional das contratações foi o de lojas de departamentos, no qual o número de funcionários aumentou 25%.

Com relação à forma de pagamento, o número de compras com cartões cresceu e hoje já representa 45,37% dos negócios no comércio do DF. Apesar de mais seguro, esse modo de pagamento não é o preferido dos lojistas. ;O uso do cartão pesa muito no bolso dos comerciantes e tem um custo elevadíssimo para os consumidores. Se levarmos em consideração apenas as lojas de shoppings, por exemplo, esse percentual é muito maior;, garante o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana.

O setor com maior queda nas vendas foi o de móveis e decoração, que teve retração de 10,95%. No segmento de combustíveis a redução do volume de negócios foi de 3,86%. As lojas de utilidades domésticas venderam 1,32% menos em março, em comparação com o mês anterior, e as livrarias tiveram uma queda de 1,66% nas vendas no mesmo período.

Desempenho
Resultado por setores
Utilidades domésticas - 1,32%
Móveis e decoração - 10,95%
Lojas de departamento 9,7%
CDs e DVDs 2,98%
Cine-foto e óticas 4,38%
Informática 1,68%
Instrumentos musicais 7,57%
Bens semiduráveis - 1,11%
Vestuário - 4,57%
Tecidos 15,12%
Calçados 3,49%
Livrarias e papelaria -1,66%
Supermercados 4,47%
Farmácias e perfumarias 9,95%
Combustíveis e lubrificantes - 3,86%
Revendedoras de veículos 23,8%
Autopeças e acessórios 10,15%
Materiais de construção 2,72%

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