Cidades

Pontos turísticos ficam de lado no cinquentenário

Quem estava ou veio à cidade para a festa dos 50 anos teve pouco interesse em conhecer os locais e monumentos históricos

postado em 22/04/2010 07:58
Valdeci, brasiliense e morador de Taguatinga, aproveitou para conhecer e fazer a tradicional foto para o álbum de recordações diante do Memorial JKA festa do aniversário de Brasília ficou concentrada na Esplanada dos Ministérios. Os pontos turísticos e históricos da cidade ficaram apagados e vazios. Sem nenhuma referência aos 50 anos da cidade de Juscelino Kubitschek, eles foram lembrados por poucos candangos e turistas. Entre eles, o vigilante Valdeci Rodrigues da Silva, 36 anos, morador de Taguatinga, que passa todos os dias pelo Memorial JK, mas nunca teve oportunidade de parar para conhecer o espaço e bater a famosa foto do álbum de recordações. Aproveitou o aniversário da cidade natal, juntou a família e seguiu para o museu que retrata as principais passagens da vida e da obra do presidente JK. ;Durante a semana é uma correria, mas a comemoração dos 50 anos é uma data muito especial. Então, decidimos vir para registrar esse momento;, conta Silva, que de lá partiu para a concentração da festa na Esplanada.

Outros corriam do tumulto e aproveitaram para conhecer o Catetinho, a primeira residência oficial de JK, como a família de cariocas Guimarães. Alex, diplomata, e Letícia, publicitária, nascidos no Rio de Janeiro, moram na cidade há um ano. Aproveitaram a visita da sogra dele e da tia para conhecer o monumento. ;Juntou a saudade da família, o feriado e a curiosidade de conhecer o ponto turístico;, justifica Letícia.

Praça solitáriaA família Guimarães, do Rio de Janeiro, seguiu o roteiro dos que fugiram da Esplanada e foi ao Catetinho
Um dos lugares mais vazios, a poucos metros da Esplanada, era a Praça dos Três Poderes Apesar disso, Belchor Alves de Araújo, pedreiro, 29 anos, já conhecia a atração, mas não deixou de passar por lá com a esposa e as filhas para conferir o movimento. ;Nós já conhecíamos, mas resolvemos vir novamente na festa de 50 anos de Brasília para ver se tinha alguma festa, algo diferente;. Para ele e a família, que vieram do Maranhão há três anos, passar uma data tão importante na capital é sinônimo de homenagem e orgulho.

Os paraibanos Edimar e Elizabeth Alcântara, ambos bancários, aproveitaram a oportunidade de vir ao Distrito Federal visitar o cunhado e irmão goiano justamente na comemoração do cinquentenário. Passeavam pela Praça dos Três Poderes por volta das 11h, depois de terem passado pela Esplanada. ;Fizemos coincidir com o aniversário. A cidade está muito bonita, as pessoas, muito alegres. É importante conhecer um monumento histórico neste dia, como essa praça. Todo brasileiro deveria amar esse lugar;, diz Elizabeth.

Quem passou pela Ponte JK se admirou com o movimento. Era o ponto turístico mais visitado. O casal de bancários Mariana Rodrigues e Ronaldo de Melo se empolgou com o feriado e levou o pequeno Elias, 3 anos, para conhecer a obra. ;Não viemos pelo aniversário da cidade, mas sim pela importância de apresentar lugares importantes a ele desde criança. Ele está conhecendo os monumentos na escola;, conta a mãe Mariana.

PALÁCIO DE TÁBUASA Ponte JK, entre os muitos destinos da capital federal, foi a que mais atraiu visitantes no dia de ontem. O pequeno Elias foi levado pelos pais, Ronaldo e Mariana, para conhecer o cartão-postal
; O Catetinho, construído às margens da BR-040 (Brasília/Belo Horizonte), em 1956, foi a primeira residência oficial do então presidente Juscelino Kubitschek. Projetado por Oscar Niemeyer, foi erguido em 10 dias de novembro daquele ano, para que JK pudesse ficar mais dias no Planalto Central e acompanhar o avanço da construção da sua maior obra, a futura capital do Brasil. O nome catetinho deriva do Palácio do Catete, a residência oficial do do Presidente da República no Rio de Janeiro. Construído em madeira, era uma obra simples, sem muito conforto e também ficou conhecido como o Palácio de Tábuas. Em 1959, o Catetinho foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), hoje instituto (Iphan). O espaço está aberto à visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. Telefone: 3338-8807

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação