Cidades

Campanha arrecada pares de chinelos para internos do Hospital de Base

Ideia é ampliar a quantidade de itens

postado em 23/04/2010 08:13
A vontade de ajudar o próximo sempre norteou as ações da servidora pública Akimi Watanabe, 36 anos. Ela conseguiu reunir parentes e amigos com a mesma disposição para praticar o bem e organiza, até o próximo mês, a campanha Pé de Chinelo. O objetivo da iniciativa é reunir pares de calçados para doar aos pacientes do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Akimi entregou, ontem à tarde, 74 pares no Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV) da unidade de saúde.

Akimi (E): Em três anos de campanha, a servidora pública já ajudou muita gente. No ano passado, ela conseguiu recolher 103 pares de calçados e, em 2008, 112. Ela espera ultrapassar esses números nessa terceira edição. ;As pessoas querem ajudar, mas muitas têm medo. Elas querem saber para onde vai essa doação;, acredita Akimi, que faz questão de fotografar e filmar as entregas do material. O irmão da servidora criou um blog para ajudar a divulgar o trabalho dela na internet e, com isso, atingir um número maior de pessoas.

Quando começou a ajudar o SAV, Akimi doava material de higiene. Há três anos, fez uma festa de aniversário e pediu aos convidados que levassem um pacote de fraldas para serem doadas no lugar dos tradicionais presentes. Ao entregar os produtos arrecadados na entidade, ela descobriu a falta que um par de chinelos fazia aos pacientes. ;O calçado é um bem preciosíssimo por aqui, porque as pessoas não se programam para vir ao hospital quando sentem uma dor ou sofrem algum acidente;, explica a vice-presidenta do SAV, Tânia Mara Andaló.

Aprendizado
Akimi aproveitou o conhecimento adquirido durante o curso de publicidade para desenvolver a campanha. ;Posso dizer que faço o marketing do bem. Uso o que aprendi para ajudar o próximo;, revela. Ela já realizou algumas festas beneficentes e conseguiu arrecadar brinquedos, material escolar, roupas e alimentos. As doações têm destino certo. Akimi encontrou a rede solidária, que reúne uma lista de entidades que esperam por doações da comunidade. ;Uma vez, uma amiga me ligou e disse que tinha 100 camisetas para doar. Na hora, pensei: nada melhor do que uma instituição que ensina algum esporte para receber a doação;, conta.

A cozinheira Gilvani Maria de Souza, 31 anos, foi a primeira contemplada com os calçados. Ela recebeu das mãos de Akimi um par de chinelos novos. ;Adorei, só tenho que agradecer o que essas meninas têm feito pela gente;, emociona-se. Gilvani conta que diversas vezes teve de ser levada ao Hospital de Base por causa de fortes dores de estômago e ficou sem um par de sapatos para poder circular pela unidade de saúde. ;Da última vez em que estive aqui, minha irmã teve que comprar chinelos para mim;, lembra.

O trabalho de Akimi já ganhou reconhecimento. ;Hoje, as pessoas me procuram quando querem doar alguma coisa. Fico feliz quando recebo telefonemas de gente querendo ajudar.; Ela reconhece que não conseguiria fazer tanto sem o esforço de familiares e amigos, que colaboram como podem. Akimi encontrou essa ajuda no trabalho e até mesmo no prédio onde mora. ;Esse trabalho é apenas uma sementinha que precisa ser espalhada. Essa rede precisa crescer;, destaca.

"Esse trabalho é apenas uma sementinha que precisa ser espalhada. Essa rede precisa crescer;
Akimi Watanabe, criadora da campanha


30 anos de ajuda
O Serviço Auxiliar de Voluntários completa 30 anos de existência no Hospital de Base do DF. Os mais de 100 voluntários trabalham para facilitar a vivência dos pacientes e dos acompanhantes dentro do hospital. Entre as práticas, realizam atividades manuais, leituras, jogos e brincadeiras, fazem cortes de cabelo, barba e unhas e também organizam comemorações em dias festivos. Mobilizam-se ainda em visitas aos leitos, apoio emocional e reforço na alimentação dos que se encontram hospitalizados. ;Nosso trabalho melhora a autoestima dos pacientes que estão internados;, orgulha-se a vice-presidenta da entidade.

No local, os voluntários recebem qualquer tipo de doação. ;Precisamos muito de materiais de higiene, por exemplo. São sempre muito bem-vindos;, diz. Eles também realizam um bazar para arrecadar dinheiro. A verba do SAV é usada para atender as necessidades do paciente. ;Nunca nenhuma pessoa saiu daqui sem uma cadeira de rodas, sem muletas, sem roupas ou sem dinheiro para a passagem;, garante Tânia Mara. Os voluntários procuram suprir todas as carências dos internos, doando um pouco do seu tempo ao trabalho voluntário.


Pontos de coleta

Academia Via Training, no Hangar 5 ; SHIS QI 5, Bloco D, salas 16 a 23
Portaria do Bloco C da 204 Sul
Lojas Havaianas da 407 Sul e do Gilberto Salomão
Câmara dos Deputados: no Anexo II,
em frente ao Espaço Luiz Eduardo Magalhães; Complexo Avançado; e Anexo IV, no térreo

Doações
Grupo Gente do Bem: 9988-8726

Colabore
Quem quiser ajudar o Serviço Auxiliar de Voluntários pode ligar para os números 3315-1601 e 3322-6594 ou acessar o site www.savbrasilia.com.

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