postado em 24/04/2010 07:00
;E quem é que não conhece ele por aqui?; A pergunta, feita por um morador de Águas Lindas de Goiás, é reflexo da fama de Sebastião Alves Veloso, 29 anos, que se entregou à polícia goiana na última quinta-feira: a de matador. As opiniões quanto aos motivos dos crimes, no entanto, são diversas. Uns dizem que ele é um justiceiro e só mata ;bandidos;; outros afirmam que é um assassino de aluguel. O que todos garantem é que Tião Matador, como é popularmente conhecido, realmente mata. Não à toda, ele é acusado de pelo menos sete assassinatos.Detido pela Polícia Civil goiana outras duas vezes ; por um homicídio e por disparar a esmo em via pública ;, Sebastião é agora acusado de mais uma morte: a do ex-companheiro de cela Gustavino Filho de Souza, 40 anos, em 10 de abril deste ano, quatro dias após ambos terem sido soltos da Agência Prisional de Águas Lindas. Ainda não se sabe o porquê do crime, mas, de acordo com o delegado-titular do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), Hylo Marques, a relação entre eles na prisão não era boa. O acusado teria dito, inclusive, que a vítima seria a primeira de uma série de alvos. ;Ele contou, em depoimento, que teria uma relação de umas 40 pessoas que iria matar, e que o Gustavino estava entre elas;, explica o delegado.
Desde o crime, os agentes do Ciops procuravam Tião. Mas ele se apresentou voluntariamente, acompanhado de dois advogados, na tarde da quinta-feira última, para a surpresa dos investigadores. Segundo policiais civis, a atitude é uma forma de potencialmente se beneficiar ou abrandar a pena num futuro julgamento.
O primeiro assassinato pelo qual Sebastião Veloso acabou preso foi o do candidato a vereador de Águas Lindas José Venceslau, em 2008. Informações disponíveis na página virtual do Ministério Público de Goiás, publicadas em 23 de setembro daquele ano, indicam que o assassinato do candidato teria sido encomendado por uma policial militar ; de nome não citado. Mas o currículo criminal de Tião não para por aí. Há outras seis investigações de homicídios na região nas quais o nome dele aparece como possível autor. Para não atrapalhar o andamento das apurações dos inquéritos, o titular do Ciops preferiu não divulgar detalhes a respeito das vítimas.
Por conhecer o perfil do acusado, Hylo Marques chegou a enviar um alerta ao Ministério Público goiano antes de Tião ser solto em abril. Ainda assim, o homem foi liberado. E voltou a matar. O delegado crê, inclusive, que a atuação de Sebastião não é intimidada dentro cadeia. Segundo o chefe de polícia, há indícios de que o acusado tenha comandado de lá a execução de dois suspeitos de matar Samuel Alves Veloso, sobrinho dele.