postado em 26/04/2010 08:19
A 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) abriu inquérito para apurar o acidente ocorrido no restaurante Mangai, no Setor de Clubes Sul, na tarde deste sábado. Daniela Magalhães, 35 anos, teve queimaduras de 2; grau por todo o corpo, após a roupa dela pegar fogo ao ter contato com um recipiente que contém álcool em gel, utilizado para aquecer a comida, na fila da sobremesa. Ela e o marido, Flávio Magalhães, são do Rio de Janeiro e estavam de passagem por Brasília. Um menino de 6 anos também ficou ferido. As queimaduras atingiram o tórax, braços e o rosto da criança.
Na tentativa de esclarecer as dúvidas sobre as circunstâncias do acidente, a polícia colheu depoimentos de testemunhas, funcionários e donos do Mangai. O resultado da perícia sai em até 15 dias. Com as informações detalhadas, a delegada-chefe da 1; DP, Martha Vargas, pretende explicar o que provocou os ferimentos nas duas pessoas. ;O que sabemos até agora é que não houve nenhuma explosão. Um funcionário apresentou o álcool em gel usado no restaurante e disse que ia colocá-lo no recipiente no momento em que uma labareda levantou. Mas pode ter havido algum vazamento de gás também. O que ocorreu foi muito grave;, afirmou a delegada.Caso seja constatada a culpa de empregados ou dos donos do restaurante, eles podem responder por lesão corporal culposa. ;Mas temos de esperar para falar de culpados, até mesmo porque o estado de saúde das vítimas ainda pode se alterar. Mandamos a perícia até lá e é importante ouvir o máximo de pessoas que estavam no local. Por isso, quem não foi ouvido deve nos procurar;, ponderou Martha Vargas.
O restaurante já voltou a funcionar normalmente. De acordo com um das donas do Mangai, Lorena Maia Tavares, o que ocorreu foi um acidente e não havia falhas no funcionamento do restaurante. ;A Polícia Civil e os bombeiros estiveram aqui e está tudo dentro da normalidade. Ao contrário do que alguns chegaram a desconfiar, não havia gás no ambiente. Os clientes não correm risco nenhum aqui;, garantiu Lorena.
Recuperação
As vítimas estão no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no atendimento a queimados. Elas não correm risco de morte e estão conscientes. Além da equipe local, dois médicos particulares ; um vindo do Rio de Janeiro e outro contratado pelos donos do restaurante ; acompanham os cuidados, segundo proprietários do Mangai. Os pais do menino cogitam transferí-lo para um hospital particular. ;Ele está muito inchado, com dificuldade de se alimentar. Vamos avaliar o que é referência nessa área. A dúvida é em que momento transferir, porque começa a faltar material e surgem problemas;, explicou o pai.
Um primo do garoto almoçava no mesmo local e feriu a mão ao tentar ajudá-lo. Ao ver as roupas incendiadas, a criança permaneceu parada, o que contribuiu para o controle das chamas. Já a mulher entrou em pânico, correu e se jogou no chão. Houve tumulto e alguns clientes tiraram os panos da mesas e tentaram ajudá-la.
Os pais do menino não pensam em processar o estabelecimento. ;O restaurante está prestando apoio. É disso que preciso agora: ajuda para o tratamento físico e psicológico do meu filho. Mas quero também que apurem a responsabilidade pelo o que aconteceu, se não tinha alguma coisa no ar, por que houve combustão? Afinal, isso pode ocorrer com outras pessoas.;.
Memória
2010
17 de março
Um incêndio começou por volta das 16h, no restaurante Na Venda, localizado na CLS 410/411 Sul. Foram necessários 26 militares para conter o fogo. A suspeita é que os dutos da churrasqueira estivessem com muita gordura e quando um funcionário tentou ligá-la o fogo começou. Ninguém se feriu.
2009
14 de março
Os bebês Wantony de Sousa Silva, 11 meses, e Júlia de Sousa Santos, 2 meses, e a irmã deles, Daniele, 7 anos, dormiam sozinhos quando o fogo começou e rapidamente se espalhou pela casa, no Céu Azul, Entorno do DF. Apenas a mais velha conseguiu sobreviver. A energia havia sido cortada há uma semana.À época, a polícia informou que a queda de duas velas acesas causaram o acidente.