postado em 26/04/2010 19:47
O Ministério da Agricultura informou que será sacrificado amanhã (27) o primeiro animal identificado com a doença mormo no Distrito Federal. A infecção, da égua Mocinha, foi confirmada na última sexta-feira (23). Ela apresentou sintomas da doença, como secreções nasais e lesões na pele, no dia 22 de dezembro de 2009, e, desde então, está isolada no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB).Com a confirmação da doença, a participação de equídeos (mulas, jumentos e cavalos) em eventos no Distrito Federal e sua saída para outros estados ficam condicionadas à apresentação de resultado negativo na prova de Fixação de Complemento, exame que identifica o mormo, doença infecto-contagiosa provocada por uma bactéria.
Embora possa ser contraída por cachorros, gatos, bodes e até pelo homem, a doença ataca, principalmente, cavalos, burros e mulas e foi detectada pela primeira vez no Centro-Oeste. Além de Mocinha, outros 13 equídeos continuam sendo observados, porque tiveram algum tido de contato com a égua no curral comunitário usado por carroceiros de Sobradinho, cidade satélite do Distrito Federal, ou no hospital veterinário.
Segundo o chefe do Serviço Veterinário do Distrito Federal, Lucílio Ribeiro, os últimos exames com esses animais foram feitos hoje (26) e os resultados devem sair na próxima quinta-feira (29). ;Após o primeiro diagnóstico com a égua Mocinha, ela foi isolada e todos os animais que tinham histórico de contato com ela foram testados, num total de 87, dos quais mais 13 tiveram resultado positivo no primeiro exame;, explicou.
Como não tem cura para os animais, todos os que tiverem a doença confirmada terão de ser sacrificados. No Brasil, o mormo é diagnosticado principalmente em animais do Nordeste, onde desde 1999 já foram confirmados mais de mil casos. Já foram detectados também casos na Região Norte e alguns, isolados, nos estados de São Paulo, Santa Catarina e do Paraná.
De acordo com diretor substituto do Departamento de Saúde Animal (DSA) do ministério, Guilherme Marques, ainda não se sabe como a égua contraiu a doença. ;Estamos fazendo investigações para descobrir. O grande desafio agora é, diagnosticada a doença, quanto tempo vamos gastar para recuperar o status sanitário anterior, quando ela não existia na região;, afirmou. O Distrito Federal tem uma criação de aproximadamente 11 mil cavalos e éguas.
Marques observou que todos que têm contato com cavalos devem tomar cuidado e observar se os animais não apresentam os sintomas do mormo. Ele ressaltou, porém, que não há motivo para alarde porque não há registros no país, pelo menos nos últimos 50 anos, de infecção em seres humanos.