Cidades

Égua portadora da doença letal foi ao sacrifício

Luiz Calcagno
postado em 28/04/2010 08:24
Técnicos do Hospital Veterinário de Grandes Animais da Granja do Torto sacrificaram, às 9h de ontem, a égua Mocinha, diagnosticada com mormo em 22 de dezembro do ano passado. Nos últimos quatro meses, ela permaneceu em um galpão do hospital, isolada com outros sete cavalos suspeitos de terem contraído a doença. Mocinha recebeu várias doses de anestésicos, até que o medicamento se tornou tóxico, tendo sido então decidido o sacrifício. Após o abate, a égua passou por uma autópsia e o corpo foi enterrado sob camadas de cal, o que acelera a decomposição.

Segundo o diretor de Defesa e Vigilância Sanitária da Secretaria de Agricultura do DF (Seapa), Lucílio Antônio Ribeiro, uma outra hipótese seria incinerar os restos de Mocinha. Porém, como o equino estava contaminado, o corpo passou a ser considerado lixo hospitalar, e a queima desse material é proibida no DF.

O mormo é uma doença infectocontagiosa, considerada letal e causada pela bactéria Burkholdelia mallei. De acordo com Ribeiro, veterinários sacrificarão todos os animais que apresentarem resultado positivo para o exame investigativo da doença. Os 74 equinos que tiveram contato com a égua foram examinados. Os sete cavalos isolados passaram por três testes para detectar o mormo. Parte dos resultados do último exame sai hoje, e o restante, amanhã. ;Os animais apresentaram resultados negativos nos primeiros exames. Mesmo assim, vamos aguardar;, disse.

Caminho perigoso
Mocinha realizou um longo percurso dentro do Distrito Federal. Ela saiu do Paranoá, no ano passado, diretamente para o curral comunitário em Sobradinho, onde foi comprada por João Firmo Pedrosa, morador de Sobradinho 2. A Seapa visitou todos os locais onde o animal esteve.

Somente um dos antigos donos não foi localizado. Segundo Ribamar, a Seapa não encerrou as investigações. ;Ainda não dá para dizer se ela veio de outro estado. Até agora, não localizamos nenhum outro animal suspeito da doença, além dos que estão sob estão sob observação;, informou Ribeiro.

O último dono de Mocinha, o carroceiro João Firmo Pedrosa, contou que a égua estava muito magra quando a comprou, e que foi tratada até se recuperar. Ele não descarta a possibilidade de que o animal já estivesse doente quando a comprou. Segundo o carroceiro, apesar de ter apresentado melhoras, a égua chegou a expelir sangue pelo nariz algumas vezes. ;Tratei dela por sete meses. Ela engordou. Levei-a para fazer um exame de sangue. Ela estava com a respiração cansada. Achei que estivesse grávida. Recomendaram que eu levasse o animal para o hospital. Foi aí que descobriram tudo;, relatou.

O número
74

Número de equídeos (cavalos, burros e mulas) que tiveram contato com Mocinha

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação