Cidades

Maternidade do Hras restringe partos após infecções

postado em 28/04/2010 08:32
A quantidade de partos realizados no Hospital Regional da Asa Sul (Hras) foi reduzida em 30% devido à grande incidência de infecções na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A medida foi tomada pela direção do hospital após a Comissão de Infecção Hospitalar do Hras detectar que, apenas na primeira semana de abril, 42% dos recém-nascidos tinham colonização de alguma bactéria ; quando a criança apresenta a bactéria em seu corpo, mas não desenvolve a doença. O índice já caiu para 30%. O aceitável, no entanto, é uma taxa de 10%. Apenas esse mês dois bebês foram infectados no hospital ; outros três também ficaram doentes desde o início do ano.

;Normalmente realizamos em torno de 20 partos por dia, hoje estamos fazendo 14. Restringimos, mas não temos como parar todo o atendimento. Assim que nossos controles indicarem que foram reduzidas as ocorrência de colonizações, retomaremos a totalidade dos partos;, explicou o diretor do Hras, Alberto Henrique Barbosa.

Com a nova medida, apenas casos de urgência ; quando mãe ou criança correm riscos ; estão sendo atendidos na maternidade do hospital. Caso contrário, as gestantes, após passarem por consulta e uma pré-avaliação, são encaminhadas para os hospitais das regiões administrativas onde moram ou algum outro mais próximo, como o Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Foi o que aconteceu com a agente de saúde Suelen Francisca das Neves, grávida de nove meses. Ela chegou ao Hras por volta das 16h de ontem sentindo fortes contrações. Desde as 4h, procurava um hospital para ter o bebê. No Hras, após cerca de 40 minutos de consulta, a gestante recebeu a notícia de que deveria se deslocar para o Hran ou para Taguatinga. ;Eu não sei o que faço, nem para onde vou;, afirmou. O pai da criança resolveu se dirigir para Luziânia (GO). ;Por aqui não vamos procurar mais não;, indignou-se o técnico de telefonia Arian Justino.

Com o parto previsto para a terça-feira próxima, a secretária Deusilene dos Santos Sousa chegou assustada ao Hras para realizar os últimos exames antes do nascimento do filho. Ela e o marido, o empresário Ronan Rodrigues, haviam planejado ter o bebê no hospital. ;Agora nem pensar, não vamos nem tentar passar por aqui. Vou dar um jeito de pagar um hospital particular;, afirmou o pai da criança.

A maternidade do Hras é especialista em receber bebês prematuros e gestações de risco. De acordo com o secretário de Saúde do DF, Joaquim Barros, o problema já foi contornado e a previsão é de que o atendimento seja normalizado até a próxima semana. ;Estamos trabalhando para voltar a atender a nossa capacidade máxima. Todas as medidas necessárias já foram tomadas. Esse tipo de infecção é normal, em qualquer hospital do mundo, mas atuamos sempre para evitar essas ocorrências;, explicou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação