Cidades

Delegado afirma que cartel do gás de cozinha funcionava sob ameaças de corte do fornecimento

Naira Trindade
postado em 30/04/2010 11:12
O cartel do gás de cozinha no Distrito Federal funciona sob ameaças de corte no fornecimento do produto. Foi o que afirmou um dos delegados que participou da Operação Júpiter, deflagrada na manhã desta sexta-feira (30/4). Cinco grandes distribuidoras de gás ; duas em Goiânia, e três em Brasília ; telefonavam para 29 revendedores e os pressionavam a subir o preço. Caso isso não acontecesse, o fornecimento seria suspenso.

Durante a ação, pelo menos 32 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em sedes de distribuidoras e casa de envolvidos, no DF e na cidade goiana. Até o momento, sabe-se que foram vasculhadas as sedes da Liquigás e da Nacional Gás.

No depósito da Liquigás, foram recolhidos, pelo menos, cinco computadores. Na Nacional Gás, que estava fechada desde o início da manhã, os funcionários puderam entrar após a revista dos agentes envolvidos. Em um depósito de Brazlândia, além dos materiais apreendidos, um proprietário de uma revendedora de gás de cozinha foi preso por portar ilegalmente um arma de fogo.

[SAIBAMAIS]De acordo com o MPDFT, há indícios de que se trata de uma organização criminosa com participação de grandes distribuidoras de gás do país. Integrantes do esquema se reuniam regularmente para combinar o aumento dos preços. Ainda segundo o Ministério Público, a investigação teve início em 2009, quando o gás de cozinha sofreu um aumento de mais de 28% em sete meses ; de maio a dezembro o valor subiu de R$ 35 para R$ 45.

A operação é uma parceria do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF, com a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a Polícia Civil do DF.

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