Helena Mader
postado em 03/05/2010 07:53
No oitavo mês de gravidez, a operadora de caixa Valdete Ribeiro de Moraes, 26 anos, tem dúvidas e questionamentos típicos de qualquer mãe de primeira viagem. Além de enfrentar as mudanças no corpo e a expectativa do parto, ela teve que buscar informações sobre a saúde do bebê e dicas de como cuidar da primeira filha, Geovana, que deve nascer até 12 de junho. Durante o pré-natal no Centro de Saúde 9 do Cruzeiro, ela participou de palestras e de reuniões com outras gestantes. ;Esses encontros foram tão importantes quanto o pré-natal. Aprendi muito e fiquei mais calma com as informações passadas pelas médicas e enfermeiras;, conta.As ações educativas para as gestantes, como essas que Valdete participou, fazem parte das diretrizes do Ministério da Saúde para o atendimento de mulheres grávidas. Além de exames médicos de rotina, da coleta de sangue e das ecografias, as mulheres também precisam de orientações importantes sobre a higiene, a nutrição, a prática de atividades físicas e a preparação para o parto.
Roupas ideiais
A ginecologista Sandra Chaves, que faz atendimentos de pré-natal na rede pública, conta que as gestantes chegam ao centro de saúde com muitas dúvidas. ;O ideal é que elas participem de pelo menos quatro palestras durante a gestação. Na primeira, falamos sobre os cuidados durante a gravidez, como ter atenção com o peso, com a hidratação da pele e até mesmo sobre as roupas ideais. Em seguida, abordamos as mudanças no corpo, além de assuntos como as relações sexuais durante a gravidez. No terceiro encontro, explicamos como é o parto e, ao final, damos dicas sobre o puerpério (após o nascimento do bebê);, conta a ginecologista. ;Essa atenção ao lado psicológico da grávida é tão importante quanto as consultas médicas;, acrescenta a especialista.
A auxiliar administrativa Luci Soares Gonçalves, 34 anos, seguiu todas as recomendações médicas e teve o privilégio de curtir a gravidez com tranquilidade. ;Tirando os enjoos, foi tudo perfeito;, conta. Durante as oito consultas pré-natal, ela fez os exames indicados e também ouviu das enfermeiras do posto de saúde a importância da amamentação para a saúde da criança. ;Essas orientações me trouxeram muita tranquilidade. Valeu a pena ir a todas as consultas;, revela Luci.
Rede privada
No Sistema Único de Saúde, a orientação é para que as grávidas façam pelo menos seis consultas de pré-natal. Mas os médicos recomendam um atendimento por mês até o sétimo mês; encontros quinzenais no oitavo mês e, depois disso, uma consulta semanal até o nascimento. Já na rede particular, além do acompanhamento mensal, a oferta é grande. Os pais que têm condições de pagar podem fazer, por exemplo, uma ecografia 4D, procedimento que permite ver até mesmo o rostinho do bebê. O acesso a esses procedimentos, porém, depende da renda familiar.
[SAIBAMAIS]Vice-presidente da Sociedade Brasiliense de Ginecologia e Obstetrícia e professor da Universidade de Brasília, Alberto Carlos Zaconeta explica que, independentemente das condições financeiras, existem alguns procedimentos que são essenciais. ;Basicamente, todas as grávidas deveriam fazer testes de tipagem sanguínea, hemograma, de glicemia, exame de sífilis e HIV, de toxoplasmose, além da coleta de urina para verificar infecções. Além disso, três ecografias são suficientes;, afirma o especialista. Zaconeta garante que a maioria das grávidas conclui a gestação sem nenhum tipo de problema. ;Mas cerca de 15% delas podem ter complicações. O pré-natal é importante para identificar as doenças maternas e fetais de forma precoce;, acrescenta o obstetra.
Para a maioria dos pais, o exame preferido é a ecografia. Ao ver o corpinho em formação pela tela, eles têm segurança sobre a saúde do bebê. Mas especialistas explicam que a grávida não precisa fazer o exame de imagem todo mês. O ideal é que sejam feitos pelo menos três sessões de ultrassom durante a gestação, uma por trimestre. ;O ultrassom é muito importante, quando bem usado. Não é necessário fazer todo mês, mas não podemos pensar em um bom pré-natal sem esse instrumento;, explica o coordenador de ginecologia e obstetrícia da Secretaria de Saúde, Avelar de Holanda Barbosa.
Frequência
Os médicos recomendam que, até o sétimo mês, as gestantes façam 7 consultas, uma a cada 30 dias; 2 consultas no oitavo mês e, depois disso, 1 por semana, até o nascimento