postado em 11/05/2010 07:54
Diante da missão quase impossível de achar uma vaga na área central de Brasília, muitos motoristas confiam os veículos aos flanelinhas. Praticidade que pode custar caro ao condutor menos desconfiado. Ontem, um guardador de carros, não registrado para exercer a atividade, bateu o carro da fonoaudióloga Fernanda Eloi Pereira, 27 anos, em outros dois veículos Fiesta no Setor Comercial Sul (SCS). Além de ter que arcar com o prejuízo, a proprietária foi notificada pela polícia por entregar o carro à pessoa sem habilitação para dirigir. O autor do estrago e os donos dos veículos batidos foram encaminhados à Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações (DRPI), no Setor Policial Sul.O acidente aconteceu por volta das 18h. De acordo com o cabo Ramos da Polícia Militar, o flanelinha, identificado como Domingo Francisco dos Reis, fez uma sequência de manobras arriscadas, conhecidas como cavalo de pau, com o veículo que estava sob sua responsabilidade e acertou outros dois que estavam estacionados em fila dupla. Um dos carros teve um dos faróis traseiros quebrado e o outro veículo ficou sem um dos retrovisores. A dona do Peugeot 207, placa MWY 0548, conduzido pelo flanelinha, só ficou sabendo dos estragos quando voltou a pegar o carro e encontrou o veículo batido.
Ela, que trabalha há duas semanas em uma empresa do shopping Pátio Brasil, estacionou o carro em fila dupla por volta das 14h40 e entregou a chave ao homem que se apresentou como guardador de carros. ;Nunca fiz isso, foi a primeira vez. Na hora do almoço sai para levar meu filho ao dentista e quando retornei não havia mais vaga. Como estava atrasada confiei o carro a ele. O meu carro acabou de sair do seguro. Que belo presente de Dias das Mães;, disse, muito abalada.
O cabo Ramos recomenda que os motoristas não confiem os veículos aos guardadores. ;Jamais entregue a chave do carro a estranhos, pois a pessoa pode ser inabilitada;, observa. O proprietário de um dos veículos atingidos, o consultor Jean Carlos Souza, 43 anos, comentou que nunca confiou a chave a um guardador, mesmo cadastrado. ;O problema é que falta estacionamento, daí a pessoa acaba acreditando em uma pessoa incapacitada;, opinou.
O autor dos acidentes disse que trabalha há 17 anos no local. ;Só por causa de um errinho de nada, eu sou culpado de tudo;, comentou, arredio. Os policiais tiveram que algemar Domingo, em virtude do estado alterado do acusado, até a chegada do camburão.