postado em 12/05/2010 21:14
O principal argumento usado pelos deputados distritais contra a intervenção federal no DF é que as investigações contra as denúncias de corrupção envolvendo Executivo, Legislativo e empresários locais estão a todo vapor na Câmara Legislativa. Mas, na prática, isso não acontece. A falta de comprometimento dos distritais atrasa a evolução das investigações. Os 41 depoimentos por escrito estão prontos mas só tiveram nesta tarde a anuência de três dos cinco integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan. O material deve ser enviado às pessoas nesta quinta-feira (12/5). Nas últimas três semanas, não há reunião da comissão. A sessão ordinária desta quarta (12/5) foi cancelada por falta de quorum. Apenas o relator Paulo Tadeu (PT) estava presente. Há mais de um mês a CPI está sem presidente e vice-presidente - depois de passar por uma dança das cadeiras nas funções. E ainda há dúvidas se Cristiano Araújo (PTB), o quinto integrante indicado pelo presidente da Casa, Wilson Lima (PR), vai assumir o cargo.
Para Tadeu, os trabalhos da comissão não prosseguem porque falta vontade política. "Estão tentando evitar que essa investigação dê um passo a frente. Não querem mexer com esse vespeiro", analisou, dizendo que o corporativismo de alguns deputados da Casa protege os colegas suspeitos. "A falta de quorum (da comissão) é mais uma sinalização em defesa da intervenção federal", afirmou o relator.
Compromisso externos foram a desculpas dadas por dois deputados que faltaram a reunião. Segundo a assessoria de imprensa de Raimundo Ribeiro (PSDB), o distrital estava dando uma palestra em Taguatinga quando soube que a sessão havia sido encerrada. Já a assessoria de Aguinaldo de Jesus (PRB) informou que o deputado tinha exame médico no mesmo horário da reunião. Ele ainda não participou de nenhuma sessão desde que foi indicado para integrar a composição da CPI.
Apesar de Batista das Cooperativas (PRP) ter chegado cedo na Casa, ele não marcou presença na sessão. "A CPI não funciona com dois deputados. É uma coisa esdrúxula. Ninguém quer participar dela", afirmou. Cristiano Araújo não assumiu o posto, segundo ele, "imposto" por Wilson Lima, porque quer primeiro se inteirar do que se trata. Ele estava no gabinete de Batista logo depois do encerramento da sessão. "Mas minha vontade é de não participar", declarou.