Luiz Calcagno
postado em 14/05/2010 08:49
O Distrito Federal tem mais uma morte por suspeita de dengue hemorrágica. A administradora Daisi Ferreira Figueiredo, 32 anos, deu entrada no Hospital Planalto às 12h de quarta-feira e morreu por volta das 23h30 do mesmo dia. Os primeiros sintomas foram sentidos apenas três dias antes, quando a moradora do Paranoá começou a se queixar de dores pelo corpo. No Instituto Gestalt de Terapia de Brasília (IGTB), onde trabalha, reclamou de vermelhidão nos olhos. De acordo com colegas, mesmo assim ela não voltou para casa e ainda retornou ao trabalho na terça-feira.De acordo com uma das colegas de Daisi, a psicóloga Larissa Vitória Ferreira, a administradora dizia que seu mal-estar era semelhante a um resfriado. Larissa contou ainda que na quarta-feira pela manhã Daisi foi à faculdade. Lá, teria se sentido muito fraca e pedido para uma amiga levá-la ao hospital. Segundo a psicóloga, colegas do IGTB chegaram a recomendar que ela procurasse um médico. ;A Daisi estava mal desde segunda-feira. Ela contou que tomou um paracetamol. Chegamos a falar para ela não tomar remédio. Ela deu entrada no hospital, o médico pediu exames e a internou em seguida;, contou.
A administradora foi enterrada na tarde de ontem, na capela 10 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Daisi deixou um filho de 11 anos. A família, muito abalada, não quis falar com a reportagem. De acordo com o último informe epidemiológico de dengue da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, referente a 11 de maio, o Paranoá, onde Daisi morava, tem 277 casos confirmados da doença, contra dois no mesmo período do ano passado. A cidade com maior número de casos é Planaltina, com 3.332 confirmados.
Ainda de acordo com o relatório, 6.559 pessoas contraíram dengue desde o início do ano. Em 90% dos casos, as vítimas da doença foram contaminadas no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, o DF teve 230 casos, o equivalente a 3,5% do total registrado de janeiro a maio de 2010. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde confirmou que a morta da administradora está sendo investigada como suspeita de dengue hemorrágica, mas que ainda não há confirmação.
Primeiro
Outro caso suspeito de morte por dengue hemorrágica está em investigação desde o início do mês. Morador da Asa Norte, o comerciante Carlos Lindberg Tolentino, 55, morreu com sintomas da forma mais grave da doença, em 1; de maio. Até hoje, a Secretaria de Saúde não confirmou se Tolentino realmente morreu de dengue hemorrágica. Desde o início do ano, a secretaria contabiliza 12 mortes por suspeita de dengue. No fim da tarde de ontem, a reportagem entrou em contato com o Hospital Planalto, mas não conseguiu falar com o médico que atendeu Daisi.
O número
277 - Número de casos confirmados de dengue no Paranoá, onde morava a administradora Daisi Ferreira Figueiredo
O número
12 - Total de mortes sob suspeita de dengue que estão sendo investigadas pela Secretaria de Saúde
PARA SABER MAIS
Previna-se
O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor por trás dos olhos. O doente também pode sentir dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. O mosquito costuma picar suas vítimas no início da manhã e no fim da tarde. Medicamentos como aspirina, AAS e melhoral, à base de ácido acetil salicílico, devem ser evitados, pois podem mascarar os sintomas da doença. Em caso de suspeita de dengue, a pessoa deve procurar o serviço de saúde e beber muita água.